Um jogo tecnicamente bem fraco marcou a estreia do Ceará na Primeira Liga. Diante do América-MG, o empate sem gols, em Belo Horizonte, deve ser considerado um resultado de razoável para bom pelo regulamento, mas a atuação do time deixou a desejar. De mais grave, a falta de aproximação entre os setores e a baixíssima produção ofensiva.

No primeiro tempo o Ceará esteve especialmente mal no ataque. Um chute sem direção de Lucas e outras duas tentativas sem perigo de Magno Alves, nada mais do que isso, fruto de um evidente descompasso entre meio-campo (Felipe Menezes, lento, não tinha companhia) e os jogadores ofensivos, especialmente Lelê e Douglas Baggio. Ambos foram bem marcados, porém não mostraram qualquer iniciativa ou criatividade para se livrar dos problemas. Na defesa, Éverson, bem mais uma vez, fez duas boas defesas. Ainda assim, apesar de ter sido mais perigoso do que o Ceará,  o América-MG também não mostrou nada relevante.

O panorama da segunda etapa não mudou. O América-MG  um pouco mais incisivo e o Ceará tímido, errando passes demais, sem energia para buscar uma eventual vantagem no placar. A exceção foi um chute na trave de Richardson, iniciativa individual do melhor jogador do time em campo, aos 43 minutos do segundo tempo. Na defesa, o Alvinegro mostrou insegurança quando as jogadas precisavam da presença de Sandro e Cametá. Rafael Pereira e Lucas estiveram bem mais firmes.

Em relação ao trabalho de Gilmar Dal Pozzo, certamente precisa evoluir. Apesar do discurso ser de posse de bola e iniciativa de jogo ofensivo, não é o que a equipe tem feito em campo.  Ao trocar Felipe Menezes por Diones e o time não conseguir acertar o posicionamento, o técnico também deixou uma mensagem de mais preocupação em não perder do que vencer.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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