Ainda no Castelão, o técnico Marquinhos Santos disse claramente que sentiu seus jogadores muito apáticos contra o Ferroviário e usou como exemplo o fato de nenhum ter reclamado de forma veemente do gol em impedimento anotado por Mota – e corretamente anulado posteriormente pela arbitragem – no primeiro tempo. Marquinhos também citou que o elenco sentiu muito o primeiro gol, sofrido logo no início da segunda etapa, aos três minutos.

No meio da semana foi a vez de Jefferson se manifestar da mesma forma. O jogador deixou evidente que os atletas sentiram a desvantagem e foram incapazes de ter poder de reação. Para o volante, pesou o nervosismo diante do tento marcado por Tony Belém.

Por mais que seja interessante que treinador e jogador tenham senso crítico na avaliação dos erros que fizeram o time perder para o Ferroviário, chega a ser inacreditável que um elenco experiente como é o do Fortaleza fique sem ação diante da vantagem do adversário, com praticamente todo o segundo tempo pra ser jogado. É algo grave, mostra uma limitação mental do grupo, além de deixar evidente que as pressões – externa e interna – estão tendo influência negativa direta na atitude da equipe.

A manutenção da concentração diante da adversidade é fundamental, como é essencial a serenidade. O time pode perfeitamente atuar mal técnica e taticamente, mas isso jamais pode ser fruto da falta de reação porque o adversário ficou em vantagem. Não faz o menor sentido.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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