Nenhuma equipe foi melhor do que o Ceará no Campeonato Cearense 2017. Merecido, o título de número 44 do clube chegou em função de dois pilares fundamentais: competência defensiva e tranquilidade adquirida a partir da chegada de Givanildo Oliveira.

Em oito partidas sob o comando do técnico no Estadual, o time não perdeu. Foram sete vitórias e um empate, com apenas quatro gols sofridos no período. O mecanismo de defesa funcionou muito bem para as necessidades da competição. A primeira linha de marcação com Thiago Cametá, Rafael Pereira, Luis Otavio e Romario esteve firme e entrosada. Raul e Richardson, os volantes, foram parceiros ideais em ótimo momento técnico e físico. Se ofensivamente a produção ficou abaixo do desejável, meio-campistas e atacantes ajudaram demais na pressão inicial ao adversário e na recomposição, especialmente pelos lados do campo.

Além do trabalho tático relevante, privilegiando a organização da equipe, Givanildo também tem a seriedade como bandeira principal. Liderou pela atitudes e não por discursos vazios e populistas. Trouxe a tranquilidade que o clube precisava depois da saída conturbada de Gilmar Dal Pozzo, que até ameaçado de agressão foi por torcedores, em episódio lamentável no aeroporto Pinto Martins.

O título Alvinegro de 2017 não será lembrado por uma atuação memorável do elenco em algum dos 16 jogos da campanha ou por um jogador que tenha sido brilhante. O ponto chave foi o coletivo atuante e coeso. Assim, uma nova e importante taça foi agregada, depois de dois anos sem conquistas.

Em tempo. Sobre a vitória do Ceará na segunda partida contra o Ferroviário por 2 a 0, nesta quarta-feira, no Castelão, gols de Wallace Pernambucano e Raul, um em cada tempo, mais uma vez foi gritante a superioridade tática e técnica do Alvinegro. De novo a equipe desperdiçou muitas oportunidades para um placar maior. Teve iniciativa e buscou o título previsível (no total foram 16 jogos e apenas uma derrota) sem a necessidade do terceiro jogo. Lele, Victor Rangel e Magno Alves colecionaram chutes errados. Já o sistema defensivo esteve em uma ótima noite. Já o Ferroviário fez o que era possível. Como já escrito aqui diversas vezes, uma temporada para reerguer o clube, com um 2018 que necessita ser muito bem aproveitado.

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles