Competitividade. Essa característica de Rogério Ceni foi fundamental para a diretoria do Fortaleza ter confiança em contratá-lo. A gana que o ex-goleiro teve como jogador também mostrou no primeiro trabalho como técnico no São Paulo. Por lá, além da enorme vontade de vencer e trabalhar, cometeu mais erros do que acertos, mas foi prejudicado por uma diretoria omissa, que não lhe deu qualquer respaldo e o demitiu em julho de 2017.

Há riscos – inerentes ao futebol – para os dois lados. Rogério terá um elenco muito mais modesto do que teve no São Paulo, mas terá a oportunidade de montá-lo desde o início e ciente da realidade financeira que se impõe. Ele também terá pressão por resultados, mas os parâmetros são bem diferentes do que no começo da carreira no Morumbi. De todo modo, precisa mostrar que tem capacidade para ser treinador e confiou no projeto apresentado pela diretoria.

Do ponto de vista do Fortaleza, sua chegada chama a atenção do Brasil e deixa o Tricolor com uma visibilidade enorme. Holofotes que serão ótimos se o clube fizer um bom trabalho na montagem do grupo e no desempenho dentro e fora de campo no Cearense e na Série B – únicas competições garantidas até agora no calendário do Pici – mas que igualmente serão péssimos caso atrasos de salários, episódios de violência com parte da torcida e o futebol inconstante deste ano se repitam.

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles