A vitória do Ceará, além da importância natural de ter ocorrido no primeiro Clássico-Rei, encerra um período em que a equipe disputou três jogos em um intervalo de seis dias, cenário de um calendário absurdo, capaz de arrebentar fisicamente qualquer elenco se a comissão técnica não trabalhar bem.

Ocorre que o planejamento – elaborado principalmente pelo técnico Marcelo Chamusca e pelo preparador físico Roger Gouveia – tem sido bem feito, com serenidade e estratégia, sem se deixar levar por eventuais resultados negativos do começo de temporada ou reclamações sem sentido de quem tem como objetivo criticar sem entender as necessidades deste início de trabalho.

Nestas partidas recentes, diante de CSA, pela Copa do Nordeste, além de Uniclinic e Fortaleza, pelo Campeonato Cearense, foram três vitórias, cinco gols marcados e nenhum sofrido, sinal que o sistema defensivo – onde todos os jogadores são importantes, desde o ataque – ganha força com o decorrer dos treinamentos, ainda que Rafael Pereira, um dos zagueiros titulares, esteja machucado, dando lugar ao reserva Valdo, autor do primeiro gol deste domingo.

O Fortaleza começou bem a partid, mas nos 15 minutos iniciais em que teve o domínio com boas infiltrações e iniciativa ofensiva, não conseguiu abrir o placar. O Ceará entendeu o jogo, se posicionou melhor, os setores ficaram mais próximos e os gols saíram com naturalidade, ambos em cruzamentos longos, no primeiro tempo.

Na segunda etapa, o Alvinegro fez a partida necessária para a manutenção do resultado e usou a inteligência do posicionamento e da troca de passes para controlar o Fortaleza. O time de Rogério Ceni mostrou ter capacidade para atuações mais consistentes e precisava ter sido assim no Clássico-Rei se quisesse um resultado melhor, afinal, enfrentou uma equipe que tem um elenco melhor, mais caro e mais experiente.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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