Apuração exclusiva do Blog. Artilheiro do Ceará na temporada com sete gols, autor do tento de empate diante do Fortaleza no segundo Clássico-Rei do ano e vivendo grande momento técnico ainda que não seja titular, o atacante Arthur tem contrato com o clube até julho de 2019. Assim, a partir de janeiro do ano que vem pode assinar pré-contrato com qualquer equipe do planeta sem que o Alvinegro seja ressarcido.

As negociações entre Ceará e o empresário do atleta – o baiano Luiz Portela – estão em andamento. O objetivo do staff do jogador, que reconhece no Ceará um parceiro e o clube que abriu as portas para o jovem, hoje com 19 anos – é uma prorrogação de mais um ano, até 2020. O Ceará gostaria de esticar até 2021. Há outras divergências naturais, entretanto, e a questão salarial é a principal.

Arthur tem contrato de atleta de base ainda. Seu salário atual está muito abaixo do mercado e é dos menores do elenco alvinegro. Quando comparado com os padrões do futebol brasileiro, então, a disparidade é ainda mais visível. No ano passado, Luiz Portela procurou o Ceará para uma renovação, mas o clube optou por manter o compromisso vigente. Agora é o Ceará que tem total interesse em um novo contrato – até visando uma venda futura, já que o clube tem 70% dos direitos econômicos do atacante – mas a proposta apresentada foi considerada baixa pelo empresário. Uma contra proposta foi colocada e as negociações vão continuar, tanto que uma reunião está marcada em Fortaleza para a semana do confronto contra entre Ceará e Atlético-PR, pela Copa do Brasil – a partida ocorre no dia 15 de março, no Castelão.

Os números de Arthur impressionam – são 717 minutos jogados neste ano e sete gols anotados – mas sua postura em campo e fora dele também. Ele está no radar de olheiros, empresários e clubes importantes. Há consultas frequentes do Brasil e do exterior sobre a sua situação. Um atacante de área com seu faro de gol chama a atenção, efetivamente. Compenetrado, profissional e sério, ele tem se mostrado vacinado contra deslumbramento e também não se abalou quando não foi bem no Palmeiras, dois anos atrás. É um padrão muito diferente da média dos atletas profissionais com a sua idade. Sua assessoria e seu pai – Hélio, foi jogador – sabem que têm um talento enorme nas mãos. Já o Ceará, caso faça a opção de investir e consiga chegar a uma acordo de renovação – tem potencial de ter sob contrato um atleta que pode gerar a maior venda da história do clube.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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