Não resolver 100% dos erros de arbitragem está longe de ser um argumento válido contra o uso do VAR (sigla em inglês para árbitro assistente de vídeo). É intelectualmente desonesta tal posição. A experiência na Copa do Mundo 2018 tem sido muito positiva. Na partida Suécia 1 x 0 Coreia do Sul, ontem, o time europeu só venceu porque a sala de vídeo informou um pênalti claro que não tinha sido marcado pela arbitragem de campo. Uma injustiça tremenda foi corrigida, como tinha ocorrido nos jogos França 2 x 1 Austrália e Peru 0 x 1 Dinamarca. Ignorar a tecnologia para ajudar a dirimir dúvidas no futebol é alimentar o monstro de campeonatos e jogos decididos por erros de árbitros, mas há quem goste de estufar o peito para dizer que ganhar roubado é mais gostoso.

INTERESSES PRÓPRIOS

A reclamação geral em relação ao VAR por aqui ocorreu após o empate do Brasil diante da Suíça por 1 a 1. O atacante Zuber empurrou ou não Miranda antes de igualar o placar? Gabriel Jesus sofreu pênalti ou não? Ao contrário do que muita gente tem dito, não ocorreram omissões. O árbitro do campo não marcou as faltas. A arbitragem de vídeo conferiu os lances e também não os achou conclusivos, assim, deixou o jogo seguir. Como escrevi no texto de ontem, entendo que Miranda sofreu empurrão decisivo, mas o pênalti reclamado não passou de um mergulho de Gabriel Jesus. Ainda assim, nada que seja suficiente para desqualificar o uso da tecnologia, que tem sido usada também com sucesso no tênis, vôlei, basquete e futebol americano, apenas para citar alguns esportes.

ARTILHEIROS BRILHAM

Inglaterra e Bélgica venceram seus jogos na 1ª rodada. Os belgas não foram incomodados pelo Panamá no 3 a 0, mas os ingleses bateram a Tunísia com uma dificuldade extrema por 2 a 1. Em comum, grandes artilheiros resolveram. Lukaku fez dois gols para a Bélgica e Kane os dois da Inglaterra. Outros jogadores que estão com dois gols na Copa: Diego Costa, da Espanha e Cheryshev, da Rússia. Cristiano Ronaldo lidera a tábua sozinho com três tentos anotados. Hoje entram em campo as quatro seleções restantes na primeira rodada: o Japão encara o Senegal, enquanto a Colômbia enfrenta a Polônia, do ótimo atacante Lewandowski, ambas partidas válidas pelo Grupo H.

Texto da coluna Adeus, Lênin, para o Jornal O POVO, que é publicada diariamente durante a Copa do Mundo no Caderno Especial sobre a competição

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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