Antes de começar a Série B, qualquer torcedor do Fortaleza aceitaria a proposta: ter 30 pontos ganhos, quatro de vantagem sobre o quinto colocado e possuir o sétimo melhor ataque da competição, além de uma das melhores defesas. São números muito bons, que fazem o time liderar o torneio e brigar pelo acesso após 16 rodadas, quase o primeiro turno completo.

A leitura recente, entretanto, não é positiva, tanto que há três rodadas a equipe não balança as redes adversárias. A equipe perdeu o ataque titular (Gustavo quebrou o braço e Edinho foi para o Atlético-MG) e busca reconstruir o setor, por enquanto, sem sucesso. Wilson, que tem estado em campo, vai muito mal e os atletas de velocidade do elenco e da base não engrenaram. Douglas Coutinho e Marcinho ainda não podem ser cobrados, em que pese terem mostrado pouca qualidade nos minutos em campo. Já Getterson mal pisou no gramado.

O cenário do sistema ofensivo fez o Fortaleza somar apenas quatro pontos nos mais recentes 15 disputados, aproveitamento inferior a um terço. No período, o time marcou apenas dois gols e deixou de ser o melhor ataque na 11ª rodada e agora é o sétimo melhor. O mais preocupante, entretanto, é a vantagem que interessa na briga pelo acesso: eram oito pontos na frente do quinto colocado e agora são quatro.

A situação incomoda profundamente Rogério Ceni, mas não há dinheiro para a contratação de jogadores acima da média. As entrevistas antes e depois dos jogos retratam um desgosto enorme, mas ele tenta reagir com o elenco que tem. Contra o Avaí, no Castelão, terça-feira que vem, o desafio é importante demais.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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