Júlio Caesar/O POVO.

No decorrer dos quatro primeiros meses da Série A 2018, a folha salarial mensal com jogadores do Ceará atingiu o ápice da temporada: R$ 2 milhões. Com algumas dispensas e contratações, o clube terminou o ano conseguindo a manutenção na primeira divisão e tendo uma folha ainda menor: cerca de R$ 1,8 milhão.

Para 2019 o cenário será diferente. Com orçamento maior, especialmente em função dos direitos de TV, o departamento de futebol do Alvinegro vai trabalhar com uma folha de pelo menos R$ 2,5 milhões, um aumento de 30% em relação ao ano de 2018. Eventualmente é possível que as cifras cheguem aos R$ 3 milhões, mas não é essa a ideia inicial.

Apesar das contratações anunciadas até agora não terem agradado a torcida, a diretoria do clube não abre mão de pagar em dia os compromissos salariais e para tanto não pode estourar o orçamento. O futebol brasileiro está inflacionado, empresários e atletas pedem alto para assinar contratos, e o exemplo do Sport, que chegou a ter folha salarial de quase R$ 5 milhões, foi rebaixado e está com dívidas grandes, é usado o tempo todo dentro do Ceará.

As contratações de Everson, Richardson, que agregaram bastante qualidade técnica ao elenco sem que fossem conhecidos – e custaram pouco – também são usadas como exemplos da filosofia do clube quando o assunto é controle de gastos.

O outro lado da moeda, grave, o Ceará também sentiu nesta temporada, quando precisou lutar muito para não ser rebaixado para a Série B, o que causaria um grande rombo financeiro. Encontrar o equilíbrio necessário entre gastos controlados e elenco bem preparado para a primeira divisão é o principal desafio da gestão para a temporada que se aproxima.

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles