Vez ou outra, um deslize ortográfico acontece no mundo da língua portuguesa. E nem mesmo o meio acadêmico está livre desses constrangimentos. É preciso leitura e atenção na hora da escrita.

De acordo com o professor de Língua Portuguesa do Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU), Aldecir Ferreira, “alguns pontos devem ser fundamentados para que se escreva de forma funcional e com segurança. Saber diferenciar vocábulos em suas distintas classificações gramaticais também é essencial”, destaca.

O professor listou os três temas que geram mais erros entre os estudantes. Confira:

1) Mas / Mais / Más

No que diz respeito ao “mas”, tem-se uma conjunção adversativa que corresponde às expressões: porém, contudo, entretanto, no entanto e todavia. Fazendo uso adequadamente desse termo com a ideia de ressaltar uma adversidade, é possível observar o exemplo: João estudou, mas não obteve êxito.

Sobre o uso do pronome ou advérbio de intensidade “mais”, esse se opõe a menos, constituindo uma ideia de quantidade, aumento, grandeza. Como exemplo temos: Felipe escolheu o sapato mais caro da loja.

Já o “más” configura o plural do adjetivo “má” e expressa a ideia contrária de “boa”, detalha o docente. Por exemplo: Irmã Dulce foi uma boa religiosa. Na história infantil, Branca de Neve tinha uma “madrasta má”.

2) Mau / Mal

As duas expressões são corretas, no entanto, apresentam significados distintos. Segundo o professor, em sentido geral compreende-se que “Mau é o contrário de bom” e “Mal é o contrário de bem”. Gramaticalmente, “Mau” é um adjetivo e “Mal” pode vir a ser classificado como advérbio, uma conjunção ou um substantivo, dependendo do contexto em que esteja empregado.

3) Por que / Por quê / Porque / Porquê

É preciso ter cuidado com o uso dos porquês. Quando separado “Por que” se aplica em casos de perguntas como: Por que não haverá aula amanhã?. Nesse caso, a regra gramatical indica que a expressão separada e sem acento é utilizada no início de frases interrogativas. Já as respostas às indagações são dadas com o “porque” junto e sem acento, classificado como uma conjunção subordinada causal ou coordenada explicativa.

Continuando nos “porquês”, a gramática classifica a forma junta e com acento como um substantivo, expressando o sentido de motivo ou razão, sendo correto em frases como: os porquês das coisas são as minhas constantes indagações. A quarta maneira do uso é “por quê” (separado e com acento circunflexo), uso feito no final de frases interrogativas diretas.

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Elves Rabelo

Jornalista, pós-graduado em Assessoria de Comunicação e, atualmente, atua em Comunicação Institucional. . Sugestões de pauta: elvesarabelo@gmail.com

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