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Se antes a comunidade gay sentia a falta de personagens homossexuais nos folhetins brasileiros, hoje já não pode mais reclamar disso. Não importa a novela, a impressão é que há cotas para personagens gays, afinal eles quase sempre estão presentes.

Isso é bom? Talvez! Vai depender de como eles estão sendo apresentados.

Dizer que gays na TV contribuem para a uma melhor “aceitação” da sociedade sobre o tema, chega a ser um tiro pela culatra, tudo é feito de forma tão lenta ou quase sempre excessivamente caricata que convenhamos, não ajuda em muita coisa.

Depois do afetadíssimo Crô em “Fina Estampa”, que ganhou o gosto popular, não por ser gay, mas pelo excesso de palhaçadas e trejeitos, fomos “presenteados” com o inesquecível Felix de “Amor à Vida”, um vilão afetado, cheio de bordões venenosos e claro, não podemos esquecer do famigerado beijo gay, que na verdade foi apenas um “selinho” sem graça entre dois homens.

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Claudio Bolgari (José Mayer) e Leonardo (Klebber Toledo) serão um casal homo em Império. Téo Pereira (Paulo Betti) será um jornalista gay que pode destruir a relação secreta dos dois. 

 

Agora em “Império”, nova novela das 21h, a regra segue. Personagens gays e homens que fazem sexo com outros homens dão as caras na trama, serão quatro no total. Aguinaldo Silva, autor da história, garantiu que beijo gay não será motivo para alarde, mas a intensidade e a força do relacionamento entre dois deles será seu maior objetivo.

Além de um personagem que parece ser uma mistura de Crô, Félix e com pitadas do ex-deputado federal Clodovil (tirem suas próprias conclusões), o último homo da lista será uma travesti, dona de um salão de beleza, fã de Donna Summer, e que bate de frente com as diversas piadas que houve na rua.

Entre trancos e barrancos a televisão aberta tem tentado mostrar, usar os gays e conquistar público com isso, mas ainda comete o erro de pesar na dosagem. Chega de enrustidos, super afetados, ou personagens gays sem nenhuma intensidade ou profundidade sobre todos os dramas que vivemos; somos mais do que isso.

Para falar a verdade bateu até saudades do personagem Junior (Bruno Gagliasso) da novela “América” exibida em 2005. Um jovem gay, em sua fase de descoberta, que soube muito bem mostrar as dores de se descobrir homossexual, se aceitar como um, tudo isso atrelado a uma linda história de amor, entre dois homens é claro. Talvez seja exatamente isso o que anda faltando em tantas novelas que insistem em personagens gays: mostrar o amor.

 

Até a próxima quinta rapazes!

Qualquer dúvida ou sugestão, eu sou o Thiago Silva e meu email é:

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