O carnaval de Fortaleza mudou faz anos e se tornou um lugar incrível para passar o feriado mais amado pelos brasileiros, contudo, quis respirar novos ares e uma passagem em promoção me faz pegar um voo para o “Carnaval de Todos” em São Luis, no Maranhão, a unica cidade do país a ser fundada por franceses, em 1612.
A região respira arte e o Centro Histórico Reviver é cercado por casarões seculares, cheios de janelas enormes e lindos azulejos portugueses (apesar da invasão da França, Portugal venceu a guerra e colonizou São Luis.) As ruas são estreitas, uma verdeira volta ao tempo.
Vale muito subir e descer as ladeiras do Reviver (nome do bairro histórico) e caminhar pelos calçamentos sem pressa. Existem muitas lojinhas simpáticas vendendo produtos da terra, é possível achar azulejos com nome de pessoas queridas e por na moldura por 15 reais. O maranhense é simpático e aceita negociação.
O que comer:
A culinária é uma coisa do outro mundo, pratos bem servidos e deliciosos, minha dica para comer no Reviver é o Bar Tia Dica, ela serve um prato chamado arroz do mar (eu comeria só pelo nome) por 70 reais, serve até 5 pessoas.
O que vestir:
Como o clima do Maranhão é quente e o sol dura até às 18:10h, cores claras são o ideal. Também procurei por linho, um tecido mais ventilado e propício para o verão. Depois de muita busca, achei o look perfeito para desbravar São Luis na Stalker. Ainda com com o toque náutico que eu tanto queria. Olha só: (https://www.facebook.com/usestalker/?fref=ts)
O que ver:
A história e os costumes são bem vivos na cidade e a tarde as crioulas de reúnem para tocar tambor e adorar São Benedito; a roda é animada e reúne curiosos, turistas e moradores locais. As mulheres dançam e tomam conhaque. As apresentações são custeadas pelo Governo do Estado do Maranhão e duram até uma hora e meia.
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A grande e bela aventura da viagem ao Maranhão se dá pela travessia até Alcântara, uma cidade de seis mil moradores que até hoje espera a visita de Dom Pedro II e que por anos foi a principal cidade do Brasil. Para chegar lá é preciso de coragem, um barco com cerca de 100 pessoas sai às 7h da manhã do porto e por 15 reais é possível embarcar. No caminho, o sol ainda fraco não consegue esquentar as águas escuras do mar maranhense e às 8:10h a embarcação chega a cidade.
Logo na cidade somos abordados por um guia com roupas do exército, ele cobra 10 reais de cada pessoa para mostrar a cidade. Investimento super válido, nada passa desapercebido e conhecemos a história de cada ruína do local. As ruas são cobertas de pedras de minério de ferro chamado na época do império de “cabeça de negro” e deixa o clima mais quente.
Alcântara é um lugar lindo e calmo, as pessoas sentadas na calçada vivem do turismo e escutam reggae tomando uma cervejinha. Todos são hospitaleiros.
Caminhar pelas antigas casas dos barões é uma experiência única, é possível sentir a energia das construções com mais de 400 anos!
Na Igreja dos Desterro, dizem os antigos, que ao tocar o sino três vezes, você tem três pedidos atendidos. Claro que eu acreditei!
A igreja fica no alto de um morro e é possível ver o todo o mar de lá, até a ilha de são Luis. Na verdade, Alcântara é o continente.
O que ver:
A Praça da Matriz e a Igreja de São Matias, cercada por casarões, onde antigamente era vigiada por todos os barões. Lá também existe o pelourinho, que resiste até hoje, o único feito em mármore. Os fantasmas das reunias causam calafrios.
Igreja São Pedro de Alcântara
Como toda arquitetura colonial, a igreja é rica em detalhes rococó e tem mais de 42 túmulos de nobres enterrados lá. Quanto mais dinheiro, mais perto do altar era o caixão. De arrepiar.
O que comer:
Peixe na telha com molho de camarão e arroz de cuchá. O restaurante Cantaria fica ao lado da Igreja dos Desterro e dos sinos dos pedidos. A vista da ilha do livramento é linda! A dica é pedir seu prato assim que chegar na cidade. Demora mas vale a pena.
O que vestir:
Como você vai andar muito o sapato deve ser confortável, escolhi a Melissa Flox pelo conforto, porque pode molhar e sujar e permanece nova. A bolsa tinha que caber muita coisa mas não tinha que ser muito grande, então escolhi uma mini mochila da Jinja Bolsas e a roupa resistente e confortável, eu me sinto muito bem com a terceira peça e a solução foi o coletinho (levinho) da Dogville.
Ah! cuidado com a volta, opte por dormir em Alcântara e voltar no outro dia, se como eu, voltar na mesma tarde, você passará um susto grande na travessia por conta da maré cheia.
Com quem ir:
Com pessoas dispostas, animadas e você ame!