Divinas Divas, o primeiro filme documentário da atriz e diretora Leandra Leal, chegou as telas dos cinemas apresentando para grande público, a primeira geração de travestis do Brasil. Rogéria, Valéria, Jane di Castro, Camille K., Fujica de Holliday, Eloína, Marquesa e Brigitte de Búzios são as heroínas dessa história real contada no longa, que reúne momentos engraçados e de muita emoção.

Nós entrevistamos a realizadora, que fala sobre o processo pessoal na confecção do filme.

Homem ETC:  Leandra, como foi pra você o processo de realização pessoal do Divinas Divas?

Leandra Leal: O filme todo é um processo muito pessoal, ele conta a história de oito artistas que eu amo e admiro, mas ao mesmo tempo é um filme que fala sobre minha família, sobre o lugar onde eu me criei (o Teatro Rival, da família da diretora.) Dirigir é uma superação, é o tempo todo ultrapassar seus limites e chegar na sua potencia máxima. E agora, lançar é outro filme, outro processo, o processo de expansão. 

Homem ETC: Qual foi a maior lição que você tirou dessa experiência?

LL. : A lição de chegar até o fim e a coragem de bancar quem você é.

H.ETC.: Que público você pretende atingir? Quem você acha que vai ver seu filme?

L.L.: O público imediato do “Divinas” é a comunidade LGBT, mas eu acho que ele é mais necessário para quem não tem nenhum contato com o meio.  Apesar de ser um filme sobre artistas que são transformistas, ele é um filme sobre arte, amor, e muito sobre o oficio da arte, que é meu ofício e o ofício delas. 

H.ETC.:  O Divinas funciona mais como uma homenagem ou como um serviço?

L.L.:  Olha, é difícil falar isso, de incio ele é uma homenagem, mas ele presta um super serviço, o registro do teatro é muito raro, sobre os artistas trans também e se você parar para pensar o Divinas fala sobre as duas coisas, e ainda mais, são artistas trans na terceira idade. Eu acho que isso é um “salto duplo carpado.”  

Perguntas dos leitores.

Qual a cena mais difícil de ser realizada?

L.L.: A gente esteve sempre pronto para o que poderia acontecer, mas o plano sequência da Cinelândia, idealizado por mim, foi ‘muito crazy’, tinha 40 minutos para fazer acontecer.

Qual a sua cena preferida?

L.L.: Nossa, tem tantas! Eu gosto muito da cena final, gosto da Valéria dizendo “eu tô triste” e da Rogéria na coxia fazendo o sinal da cruz. tido que ta ali eu amo, tudo que ta ali é meu preferido. Foram 400 horas de gravação pra tirar uma hora e cinquenta, então eu amo tudo.

Confira o trailer do filme e não deixe de ir ver no cinema: