Quando abrem os olhos pela primeira vez, dão seu primeiro choro, as crianças começam a interagir com o mundo que as cerca.  Diferentemente de quando estavam nas barrigas de suas mães, passam a perceber o outro de uma nova maneira a partir do momento em que nascem. As palavras, os gestos, as expressões faciais, o tom da voz de quem se comunica com elas, o jeito de acolhê-las, os cheiros e barulhos e muitos outros vão trazendo para elas pistas de como funcionam as coisas ao seu lado. Nessa jornada, experimentam situações prazerosas, como mamarem até saciar-se, e também desprazerosas, como chorarem e não serem atendidas no que querem de imediato. Para que possam crescer saudáveis diante de tudo isso, precisarão que seus pais e/ou mães deem-lhe a segurança de que estão ao seu lado para o que der e vier, pois só assim construirão uma confiança que lhes possibilitará lidar com o que está por vir, seja isso fácil ou difícil.

À medida que crescem, se tiverem constituído uma boa base afetiva, as crianças vão sentindo a necessidade de ampliar seus laços e suas experiências. O mundo vai tornando-se pequeno para elas, que querem sempre mais e mais. Nesse momento, é provável que comecem a ter suas primeiras vivências fora do âmbito da família, normalmente na escola.  Esta instituição, por sua vez, passa a ter um papel muito importante na sua formação, tanto social, como intelectual e afetiva. Conforme os estudos recentes comprovam, as experiências dos 0 aos 7 anos são decisivas para a formação do caráter. Pessoas bem cuidadas neste período tendem a tornar-se equilibradas e confiantes também nas demais fases da vida.

 

O PAPEL DA ESCOLA
É importante que a escola que receba as crianças nos seus primeiros anos de vida compreenda a importância da infância, assim como as características desta fase de desenvolvimento. Deve, logo que cheguem, investir na construção de vínculos com elas a fim de possibilitar que se sintam acolhidas, como aconteceu ao chegarem em suas famílias quando nasceram.  Com os laços constituídos, começa, além de mantê-los, o desafio de encorajá-las a crescer. Para isso, as atividades propostas devem convidá-las a se expressarem, a trazerem suas vivências e “teorias” sobre o mundo para partilhar com os colegas e a perguntarem sobre o que lhes causa dúvidas ou incômodos. Brincando, serão chamadas a representar como veem o seu entorno, criarão explicações para tudo que sentirem necessidade, mas também serão questionadas a validar o que dizem e fazem na tentativa de fazê-las ampliar o que sabem até então. O professor entrará, neste contexto, para apresentá-las as mais variadas formas de aprender e, junto com elas, desbravará os objetos de estudo que venham a surgir, bem como trará outros para que os desvelem. Ensinará, por exemplo, que ela pode usar seus sentidos para observar, que pode mergulhar nos livros e vídeos para buscar informações, que pode recorrer aos mais velhos para conhecer suas experiências, que pode caminhar em sua cidade para entender sua dinâmica, que pode ensaiar e errar até chegar ao que hoje aceitamos como correto nas ciências. A partir das intervenções realizadas,  lhes permitirá irem sempre além de onde estão.

A escola, quando bem escolhida pela família,  apresentará  às  crianças  o quanto é gostoso aprender. Não precisará adultizá-las, nem premiá-las com lugares em rankings para fazê-las adorar estudar.  Poderá fazer isso de uma maneira muito mais responsável e afetiva, simplesmente incentivando sua curiosidade e mostrando o quanto vêm crescendo e ampliando sua forma de enxergar o mundo, inclusive o outro que está bem ao seu lado.

Emília Luna
Psicóloga, Pedagoga e Diretora do Colégio Canarinho

Conteúdo produzido por colégio Canarinho.

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About the Author

Carol Bedê

Jornalista. Mãe da Laís e do Vinícius. Já quis ser muita coisa...depois de terminar a faculdade de letras, uma especialização e a faculdade de comunicação social (jornalismo), de uma coisa tive certeza: o que eu quero mesmo é escrever. Já escrevi sobre muitos assuntos. Tentei até fazer poesia, mas nunca achava que conseguia. Depois de ser mãe resolvi escrever sobre ser mãe, sobre bebês, sobre crianças e sobre esse mundo. E só agora acho que consigo fazer poesia.

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