São Paulo – O aposentado João Batista da Silva, 70, deu uma lição. Primeiro apagou tudo. Pintou tudo de cinza. O muro é dele. Tomou uma atitude que acabou virando um protesto involuntário contra o desrespeito ao sossego, só o que ele quer. O muro da casa de João integra o Beco do Batman, uma galeria aberta de grafites na Vila Madalena, Zona Oeste da capital paulista. Depois da comoção, ele cedeu e o local ganhará novos grafites. Mas a lição ficou. Veja no vídeo acima enviado por leitor do blog o momento em que João conversa com o vereador Eduardo Suplicy (PT), ontem à noite.

Apesar de gostar dos grafites, ele não aguentava mais ser importunado. O mesmo drama de tantos moradores de áreas turísticas.  Cá pra nós, turistas costumam dar de ombros para os moradores. Até a iluminação 24 horas, um aparente tento para quem adora o Beco, agrediu João. Muita zoada dia e noite.

À Folha de S. Paulo, o dono do muro disse:  “Essa luz fica acessa a noite inteira e isso atrapalha, além de atrair muita gente que passa noite falando alto e, às vezes, com o som ligado. É fácil falar [referindo-se às pessoas que o xingaram] quando não se mora aqui.”

A lição de João Batista vale para grafites e quaisquer outras intervenções urbanas. Em qualquer cidade. Elas podem ser ótimas, mas podem ser violentas.

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Jocélio Leal

Editor-chefe dos núcleos de Negócios e Economia do O POVO- POPVeículos/ POP Imóveis e Construção/Empregos& Carreiras/ Editoria de Economia/ Colunista de Economia e Política no O POVO/ editor-executivo do Anuário do Ceará desde 2001/ Apresenta flashes do Blog nas rádios O POVO-CBN e Nova Brasil FM/ Apresentador da TV O POVO (Canal Futura)

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