Temer afirmou que “o Brasil não parou e não vai parar”. A CNI disse: “O Brasil não pode parar”. Uma leitura plausível é a de que Temer entregou a cabeça de Maria Silvia no BNDES na esperança de ganhar o apoio da Indústria na sua cruzada pela permanência no Planalto. Havia pressão entre empresários pela saída dela.
A nota divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na noite desta sexta-feira (26/5) carimbou assim a mudança de comando no Banco. A nota dos industriais poderia ter sido escrita pelo mesmo redator do discurso do presidente Michel Temer na noite de quinta (25/5) pela web.
No sábado passado, Temer seguia outra linha. Apostava nos primeiros indícios de recuperação da economia como maior trunfo. E dissera: “O BNDES mudou no meu governo. A presidente Maria Silvia moralizou o BNDES. Botou ordem na casa”.
Portanto, caso o presidente não seja decapitado pelo TSE no próximo dia 6 de junho, outras cabeças e outras bandejas poderão rolar.
Quem manda no poder político é o poder econômico. Os grandes industriais acostumados a mamar nas tetas do BNDES, pediram a cabeça de sua presidente que obstaculava a liberação dos rios de dinheiro do povo para seus bolsos. Temer sonha em trazer de volta para junto de si o homem do pato amarelo que não o apoiou contra o levante “fora temer”. Paulo Skaf sumiu e levou todos seus patinhos amarelos.