Fortaleza – A pivô do escândalo envolvendo um contrato de R$ 7 bilhões para iluminação pública de São Paulo, por meio de PPP, é a empresa que faz o serviço em Fortaleza, desde 2014, a FM Rodrigues.
A licitação vencida pelo consórcio FM Rodrigues entrou nas trevas da suspeição em São Paulo após a rádio CBN divulgar áudios comprometedores.
Nas gravações, fica sugerido que a então diretora do Departamento de Iluminação Pública, Denise Abreu, receberia propina de 10% do contrato, portanto, algo como R$ 700 milhões.
Denise foi exonerada pelo prefeito João Doria (PSDB). O Tribunal de Contas do Município (TCM) recomendou que Doria considere a hipótese de anular a escolha da FM Rodrigues.
Em Fortaleza, o contrato começou a vigorar em 2014, após mais de três anos de contratos emergenciais. O vácuo surgira após a saída da Citéluz.
Denise Abreu
A propósito, Denise Abreu, a acusada de receber a propina, ficou conhecida nacionalmente quando era diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Era o tempo do “Apagão Aéreo”.
Em 2007, ela chegou a ser apontada como responsável pelo acidente com o avião da TAM em Congonhas. Teria sido imprudente ao liberar Congonhas para operações na chuva mesmo sem a realização de grooving (ranhuras) na pista, segundo o MPF.
Também chegou a ser pré-candidata à Presidência da República em 2014, pelo PEN.
Na Anac, ela lidou com a recuperação judicial da Varig, um tema polêmico. Ela fora assessora jurídica de José Dirceu na Casa Civil e era vista como defensora dos interesses do Governo Federal.