O presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart (Foto: Mauri Melo)

São Paulo – O presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, enviou mensagem há pouco aos amigos dele no Whatsapp na qual define o movimento dos caminhoneiros como “vitorioso”. Disse BS: “Considero que o movimento é vitorioso por alertar à sociedade, ao governo e aos políticos, que chegamos à exaustão. É preciso entender o que está levando o Brasil a esta situação de dificuldade, quadro escancarado pelos caminhoneiros”. Beto está em São Paulo se recuperando de cirurgia no pulmão.

Beto diz que o setor rodoviário vive uma crise que não é de agora, com muitas de suas empresas enfrentando sérias dificuldades para se manterem em operação. “A grade de transporte rodoviário vivia este problema e não estava sendo vista ou ouvida por quem deveria. O que muitos segmentos da nossa indústria estão sentindo hoje, eles vinham sentindo há muito tempo”.

Para ele, não se deve culpar a greve pelo cenário conjuntural. “A culpa é de todo esse quadro que privilegia a alta carga tributária, a corrupção nas esferas públicas de poder, a barganha na elaboração dos orçamentos. É isso que está gerando todo esse desequilíbrio”.

Beto afirma que o movimento teve o mérito de trazer de volta a discussão sobre o modelo de Estado, sobre o qual se faz urgente uma reforma tributária e a reforma fiscal. O presidente da Fiec sugere a redução de despesas, a eliminação de mordomias e “excessos que devastam as finanças públicas e a moralidade brasileira, enfim, diminuindo o tamanho do Estado”.

Assim, diz ele, poderão ser criadas condições para que o Brasil possa ser competitivo. Ele cita como: “Com o fortalecimento da educação, melhoria das universidades, habilitando os jovens para a economia de amanhã”.

O empresário faz uma exortação: “Essa, sem dúvida, deve ser a pauta prioritária do próximo governo, pois o atual não terá mais força nem tempo para fazê-la. A greve, portanto, foi apenas o estopim de um quadro que estava em vias de explodir”.

Pondera: “Infelizmente, o reflexo da greve, com mais de uma semana de paralisação dos caminhoneiros, é uma situação de calamidade vivenciada nas cidades brasileiras, causando desabastecimento e perdas que dificilmente serão recuperadas pelo setor produtivo a curto prazo. No Ceará, muitas fábricas estão sem condições de trabalhar e outras tiveram que criar alternativas para não parar por completo. O mais grave nisso tudo é que mesmo com o fim da paralisação, a volta à normalidade ainda leva tempo, aumentando os prejuízos e as dificuldades que já são enormes por conta da lenta recuperação da economia”.

Por fim, pede bom senso: “É imprescindível que haja, nesse momento, sensibilidade por parte do movimento dos caminhoneiros e de outras categorias que queiram levar adiante ações do tipo, para entender que podemos estar levando o país a um caminho que será muito difícil a curto e médio prazo retomarmos a direção da recuperação econômica”.

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Jocélio Leal

Editor-chefe dos núcleos de Negócios e Economia do O POVO- POPVeículos/ POP Imóveis e Construção/Empregos& Carreiras/ Editoria de Economia/ Colunista de Economia e Política no O POVO/ editor-executivo do Anuário do Ceará desde 2001/ Apresenta flashes do Blog nas rádios O POVO-CBN e Nova Brasil FM/ Apresentador da TV O POVO (Canal Futura)

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