Serra fala em plenário disperso (Foto: Agência Senado)

Fortaleza – Na falta de futuro claro, olhos para o passado. Esta tem sido a esteira na qual caminha, ou melhor, marcha, o presidente da República. A recorrência em por a lanterna na popa é indicador de dificuldade com a proa. A antevista polêmica envolvendo o Golpe de 1964 (sim, claro que foi Golpe) ratifica este comportamento. A permanecer no posto até o fim (o risco é da democracia), apenas a primeira de uma sequência de quatro datas como a de hoje e quatro ordens do dia como aquela lida na sexta-feira.

A referida Ordem do Dia menciona a Lei da Anistia, de 1979, como pacto de pacificação. Contudo, justamente por rememorar – ou comemorar, como queiram – ao invés de pacificar, acirram. Nada muito diferente do que boa parte da dita esquerda procurou fazer ao longo de 14 datas como a de hoje, na soma das gestões petistas. Entretanto, a parte com caneta na mão, estava mais preocupada em tocar a vida no Poder do que com este revisionismo de pouco voto. Diferente de agora, na medida em que o presidente é uma personagem erguida neste pedestal.

No meio da semana, diante de um plenário indiferente e disperso, coube ao tucano José Serra (SP) levar ao Senado história. Fez críticas às declarações do presidente Bolsonaro e do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre os 55 anos do Golpe. Com a memória de quem foi ali o único senador a sentir de modo direto as consequências da ruptura, Serra recomendou contenção ao Governo. Definiu como “exaltação de uma das piores coisas que já aconteceu no Brasil”.

“Fui inclusive condenado de maneira arbitrária, sem processo legal, à prisão, por discursos que tinha feito em 1963, antes do golpe — afirmou o senador, que era líder estudantil e negou o vínculo da esquerda pré-golpe com um projeto de luta armada”, afirmou. Ele demonstrou que o Golpe gerou retração na atividade econômica, descontrole da inflação e a divisão entre os militares quanto ao apoio ao então presidente João Goulart (1918-1976).

Serra sublinhou que parte dos militares que golpearam a Constituição o fizeram  acreditando em movimento transitório. Feita a ruptura, porém, com a deposição de João Goulart, o monstro só cresceu, “como nunca houve em nossa história”. A lembrar o recrudescimento de 1969 e 1973, com a edição do Ato Institucional nº 5, com a supressão das liberdades democráticas. “Me impressiona que levianamente venham homens públicos se referirem a 1964 de maneira ligeira ou até irresponsável. É preciso, sim, que nós nos debrucemos na análise da história, não para utilizá-la com finalidades espúrias, mas para aprender com ela, para extrair lições, afirmou Serra, que, a propósito, enquanto exilado no Chile teve de buscar novo exílio, por conta do Golpe militar chileno de 1973, com o ditador Augusto Pinochet. Em tempo: foi no ventre da besta capitalista, mas império das liberdades individuais, onde encontrou abrigo. O Governo Jimmy Carter o acolheu nos EUA.

Juvêncio Viana, procurador geral do Ceará, (Foto: Diego Camelo- 24/02/2015-/O POVO)

Procuradores e consórcios

Em larga medida, o sucesso de uma série de contratos dos governos subnacionais devem seu sucesso às procuradorias-gerais estaduais. No em vias de ser parido Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, o trabalho das PGEs têm sido determinante para conectar tantos e tão diferentes fiações. Pelo Ceará, o procurador-geral, Juvêncio Vasconcelos Viana, toca a agenda com os colegas do Fórum Permanente de Procuradores-Gerais no Nordeste.  O chamado Consórcio Nordeste pretende, em suma, gerar parcerias em compras compartilhadas entre os estados da região. A medida promete reduzir gastos com produtos e serviços.

Geraldo Luciano é o presidente do Novo no Ceará (Foto: Ethi Arcanjo, 10/12/2015, O POVO)

Novo evento

O partido Novo traz a Fortaleza nesta segunda-feira, dia 1º de abril, o deputado federal Alexys Fontayne (SP). O novo presidente do partido no Ceará, Geraldo Luciano, é o anfitrião. O evento está marcado para o hotel Praia Centro às 19 horas. Na falta de parlamentares locais, o Novo traz os de fora mesmo. Geraldo desenha estratégia na qual haverá diretórios nos maiores municípios do Estado. Mira nas eleições 2020, olhando mesmo para 2022.

 

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Jocélio Leal

Editor-chefe dos núcleos de Negócios e Economia do O POVO- POPVeículos/ POP Imóveis e Construção/Empregos& Carreiras/ Editoria de Economia/ Colunista de Economia e Política no O POVO/ editor-executivo do Anuário do Ceará desde 2001/ Apresenta flashes do Blog nas rádios O POVO-CBN e Nova Brasil FM/ Apresentador da TV O POVO (Canal Futura)

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