Tetê prepara fanzines com textos escritos em sua adolescência e organiza o primeiro livro, previsto para este ano (Foto: MARIANA PARENTE/ESPECIAL PARA O POVO)

Por Renato Abê (renatoabe@opovo.com.br)

Começou com os poetas românticos. Mexendo na estante da casa da avó aos 12 anos, ela encontrou palavras de Castro Alves e Gonçalves Dias. Com a ajuda do dicionário para descortinar versos complicados, Tetê Macambira, iniciou sua escrita tentando imitar o estilos daqueles poetas.

Aos 15 anos, porém, um outro jeito de fazer poesia tocou aquela menina-autora. “Vendo minha mãe sofrer no trabalho, eu fiz uma poesia chamada Canção Suada. Não eram versos rimados, era um tema cotidiano e aquilo determinou meu estilo de escrever a partir de então”, puxa pela memória.


Depois disso, Tetê estudou Letras, fez teatro ao lado do Grupo Bricoleiros e descobriu ser a poesia seu jeito de se comunicar no mundo. “A poesia é um sopro que quer atingir o coração do outro. É como um ‘touché’ da esgrima que atinge o coração. É a busca daquela palavra, daquela frase que toca quem lê”, afirma.

Para a escritora, desvendar um poema é como jogar xadrez, pois há caminhos lógicos e outro nem tanto. “O poema permite vários caminhos e múltiplas possibilidades de interpretação. Para o leitor que está acostumado a tudo mastigadinho, há um incômodo, mas é isso que a poesia quer: deixar pergunta para os leitores”.

About the Author

Isabel Costa

Inquieta, porém calma. Isabel Costa, a Bel, é essa pessoa que consegue deixar o ar ao redor pleno de uma segurança incomum, mesmo com tudo desmoronando, mesmo que dentro dela o quebra-cabeças e as planilhas nunca estejam se encaixando no que deveria estar. É repórter de cultura, formada em Letras pela UFC e possui especialização em Literatura e Semiótica pela Uece. Formadora de Língua Portuguesa da Secretaria da Educação, Cultura, Desporto e Juventude de Cascavel, Ceará.

View All Articles