A partir de quinta-feira, 20, uma nova programação entra no calendário de eventos culturais de Fortaleza. O projeto Tem Cordel no Quintal estreia suas atividades a partir das 19 horas. Participam da primeira edição os cordelistas Evaristo Geraldo, Geraldo Pardal, Julie Oliveira, Lucarocas, Nonato Araújo, Paiva Neves, Paulo de Tarso, Rouxinol do Rinaré, Stélio Torquato e Vânia Freitas.
Após a Bienal Internacional do Livro do Ceará – realizada em abril, no Centro de Eventos do Ceará – houve uma efervescência entre os criadores de cordel ambientados em Fortaleza. Instigados pelas possibilidades da arte, explica Paulo de Tarso, o Poeta de Tauá, grupo de escritores se articulou para criar um evento que reunisse artistas renomados e novos nomes da cena cultural. “O Ceará hoje é o maior produtor de cordel. Estamos nessa luta para manter o cordel vivo como ele merece”, aponta.
A programação terá exposição de folhetos, sessões de autógrafos, conversas, recital de poetas, microfone aberto para o público e debate sobre as origens do cordel. O chef de cozinha Silvio Lopes, que comanda o espaço Meu Quintal, onde acontecerá o evento, vai preparar um cardápio de comidas regionais e cafés. “Queremos que essa programação seja permanente e possa perdurar em todas as terceiras quintas-feiras de cada mês. E que façamos esse trabalho com mais afinco e com mais amor, mostrado que nossa arte vai permanecer se nós tivermos união”, completa Paulo de Tarso, que em 2017 completa 30 anos de vivência no cordel.
Lucarocas, poeta e comunicólogo, explica que durante muito tempo acreditou-se na morte do cordel. “O evento é importante para fazer a manutenção. Muita gente achava que o cordel estava morto, que não germinaria mais no Ceará. E agora nós estamos colocando a arte em um bairro de elite”, elucida. “Geralmente, o cordel fica na Praça dos Leões ou nas feiras. E, de dois em dois anos, entra na Bienal Internacional do Livro. Agora, estamos conquistando um espaço físico na Aldeota, mas que é ao mesmo tempo um espaço sentimental e artístico”, aponta o comunicólogo.
O intuito, explica Lucarocas, é proporcionar participações de vários nomes ao longo das edições – dos experientes aos novos poetas. “Para não ficar centralizado nas velhas panelas. Queremos acabar com as panelinhas. Nosso espaço é onde houver arte”, aponta.
Serviço
Tem Cordel no Quintal
Exposição, feira de cordel e microfone aberto
Quando: quinta-feira, 20
Onde: Meu Quintal (rua José Vilar, 1240, Aldeota – no quintal da loja Yamor da Ethel)
Entrada gratuita
Viver a arte em suas raízes, fortalece a cultura regional e num ambiente agradável só transporta-nos aos bons momentos da tradição nordestina.