José Geraldo Couto

A adaptação da obra literária para o cinema será abordada no curso “Cinema e Literatura – Uma Via de Mão Dupla” que acontece de 7 a 11 de agosto no Instituto do Ceará, como parte da programação do 27º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. A atividade será conduzida pelo jornalista e crítico de cinema José Geraldo Couto. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas até quarta-feira, 2 de agosto. 

Os participantes com frequência igual ou superior a 75% receberão certificado emitido pelo 27º Cine Ceará. As aulas acontecem das  9h às 12 horas.

O curso é dividido em cinco aulas que exploram temas como as dificuldades de adaptar autores que centram sua literatura na forma de narrar, afinidades e entrechoques entre escritor e cineasta, além das falsas ideias sobre adaptação literária, como “o livro é sempre melhor que o filme” e “adaptação tem que ser fiel ao texto”. O curso é destinado a estudantes de cinema, comunicação, letras e demais interessados.

Veja a proposta do curso:
1ª aula (7/8) – As falsas ideias sobre adaptação literária (“O livro é sempre melhor que o filme”; “Adaptação tem que ser fiel ao texto”, etc.). O filme como tradução de um meio a outro, mas também de uma sensibilidade a outra. Afinidades e divergências entre artistas. Os exemplos de Morte em Veneza (Thomas Mann/Visconti) e O processo (Franz Kafka/Orson Welles). Três adaptações de Macbeth, de Shakespeare: por Orson Welles, Kurosawa e Polanski.

2ª aula (8/8) – O filme como diálogo de uma época com outra. Exemplos de Macunaíma (Mario de Andrade/Joaquim Pedro de Andrade) e De olhos bem fechados (Arthur Schnitzler/Stanley Kubrick). O livro como inspiração ou “estopim” para falar de outra coisa. Exemplos de Psicose (Robert Bloch/Hitchcock) e das adaptações do conto Os assassinos, de Hemingway (por Robert Siodmak, Don Siegel e Andrei Tarkovsky). Três versões de To have and have not, de Hemingway (por Hawks, Michael Curtiz e Don Siegel). Apocalypse now, um diálogo com O coração das trevas, de Conrad.

3ª aula (9/8) – Autores e livros influenciados pelo cinema. O exemplo de Dashiell Hammett e O falcão maltês. Escritores como roteiristas em Hollywood (Brecht, Faulkner, Fitzgerald, Chandler). Poetas e escritores que se tornaram cineastas para ampliar seus meios de expressão (Jean Cocteau, Graham Greene, Peter Handke, Pasolini, Marguerite Duras, Dalton Trumbo, Paul Auster). Ficcionistas brasileiros no limiar entre literatura e cinema (Rubem Fonseca, Marçal Aquino).

4ª aula (10/8) – As armadilhas da linguagem. Dificuldade de adaptar autores que centram sua literatura na forma de narrar: Henry James, Proust, Joyce, Guimarães Rosa. Proust por Schlöndorff, Chantal Ackerman e Raoul Ruiz. Joyce por Jack Clayton, John Huston e Ivan Cardoso. Duas versões de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (por Julio Bressane e André Klotzel). Tentativas de mimetizar procedimentos literários: o caso de A dama do lago (Raymond Chandler/Robert Montgomery).

5ª aula (11/8) – Afinidades e entrechoques entre escritor e cineasta. O caso Stephen King x Kubrick: O iluminado. Nelson Pereira dos Santos e sua variada relação com escritores brasileiros (Graciliano Ramos, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Guimarães Rosa). As “meta-adaptações”: filmes centrados no próprio processo de transposição de uma obra literária para outro meio, tempo e lugar. Exemplos de Tchecov (por Louis Malle e Eduardo Coutinho) e Shakespeare (por Al Pacino e Irmãos Taviani).

Serviço
Curso “Cinema e Literatura – Uma Via de Mão Dupla”
Quando: de 7 a 11 de agosto
Onde: Instituto do Ceará (Rua Barão do Rio Branco, 1594 – Centro)
Horário: 9 h às 12 horas.
Vagas: 30
Inscrições: são gratuitas e devem ser feitas até 2 de agosto, por meio do www.cineceara.com
Os participantes com frequência igual ou superior a 75% receberão certificado emitido pelo 27º Cine Ceará
Informações: (85) 3366 7772

About the Author

Isabel Costa

Inquieta, porém calma. Isabel Costa, a Bel, é essa pessoa que consegue deixar o ar ao redor pleno de uma segurança incomum, mesmo com tudo desmoronando, mesmo que dentro dela o quebra-cabeças e as planilhas nunca estejam se encaixando no que deveria estar. É repórter de cultura, formada em Letras pela UFC e possui especialização em Literatura e Semiótica pela Uece. Formadora de Língua Portuguesa da Secretaria da Educação, Cultura, Desporto e Juventude de Cascavel, Ceará.

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