Por Bruno Paulino
castigo
te perder
doeu muito mais
que as pisas de cinturão
que mamãe me dava
sem eu ter feito
malinação nenhuma
para merecer
cântico da madruga
primeiro foi um olhar tolo
depois eu descobri
as reticências
e os incensos
– um destino improvável –
muito mais que impossível
agora sou todo olheiras
o amor, esse esfomeado,
também comeu
todos os meus livros de poesia¹
Nota 1: referência ao verso de João Cabral de Melo Neto.
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Bruno Paulino
É cronista e aprendiz de passarinho
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