(Foto: pixelfit/GettyImages)

Conheça mais sobre esse modelo empresarial e quais suas vantagens para um negócio

De acordo com as estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o cooperativismo é a principal fonte de renda para mais de um bilhão de pessoas no mundo. Só no Brasil, mais de 51,6 milhões de pessoas são beneficiadas de forma direta ou indireta pelo cooperativismo, segundo dados da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).

Mas o que é uma cooperativa? E qual o momento certo de investir em uma? De acordo com o economista Ivan Moreira*, as cooperativas são empresas de base coletiva e associativa, nas quais um conjunto, de no mínimo 20 pessoas físicas, se reúne para criar um negócio de gestão grupal para comprar ou comercializar, facilitando assim o acesso delas ao mercado. “Cada membro ajuda a fazer o capital social para montar a estrutura física, além de decidir aonde se irá atual, se vão vender, comprar, ou os dois”.

O momento ideal para se investir nesse modelo, segundo Moreira, é quando o empreendedor perceber que está perdendo espaço no mercado ou não consegue ser competitivo. “Às vezes, no interior, os pequenos empreendedores são produtivos, mas cada um faz a gestão do seu jeito. Isso gera falta de organização e desestrutura todo um trabalho”, observa.

Sobre as vantagens de se trabalhar no modelo de cooperativas, o economista usa de exemplo pequenos produtores de agropecuária, artesãos autônomos ou o Microempreendedor Individual (MEI), que são grupos que não têm muito poder de barganha ou volume para atingir um mercado sozinhos. “Quando um conjunto de trabalhadores de um mesmo setor se une grupalmente em um trabalho cooperativo, eles criam um maior poder de diálogo e força, além da possibilidade de ter uma marca forte, o que viabiliza a competitividade no mercado estadual e até nacional”, aponta.

Quem toma as principais decisões em uma cooperativa?
A grande diferença desse modelo de negócio é que várias pessoas definem o que é melhor para a produção. É de interesse coletivo buscar orientação técnica, conceitos básicos de gestão e alguém que lidere um grupo do mesmo ramo de atividade.

Ivan afirma que as decisões são tomadas pela maioria. “O ideal é o consenso. O entendimento comum é o melhor para todos e traz vários benefícios”. Ele também pondera que é preciso que a liderança da cooperativa tenha uma conversa geral antes de decidir algo. “É necessário que todos os colaboradores saibam os objetivos e metas. Cada um tem uma contribuição a dar para que as decisões sejam feitas de maneira que a maioria esteja em acordo. A cooperativa não tem dono, quem decide é o conjunto de cooperados”, diz.

Como legalizar uma cooperativa?
Moreira explica que o primeiro passo é criar estatuto social, as regras de constituição, ir à junta comercial e legalizar o CNPJ. “Uma orientação é criar um regulamento interno, como administrar e proceder em negociações com fornecedores e clientes, de acordo com sua força no mercado, isso amplia o quadro social e capital necessário para vida da cooperativa”.

O economista informa que é preciso criar um plano de negócio bem feito, explicando que tipo de negócio será e em qual mercado atuará. “Tudo isso deve estar de forma bem estruturada para que não haja dificuldades de competir no mercado”. Ele reforça a necessidade de conhecer direitos e deveres, para só então partir na empreitada de operacionalizar um projeto bem delineado com as funções bem definidas de antemão.

Ivan adverte que procurar por parcerias e tecnologias pode melhorar e estruturar a produção. “Isso reflete aumentando o leque de clientes e as venda geram resultado trazendo mais sobra anual”. Ele informa que no modelo cooperativista não existe lucro. “O nome dado é sobra anual. No decorrer do ano, o negócio juntará uma renda que pague o operacional, o restante é partilhado aos associados proporcionalmente.

*Ivan Moreira é analista do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (Sebrae/CE)

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