Plínio, pelo que conheço de Trostky, ele não escreveria tal passagem. Para certificar-me, andei pesquisando e encontrei, na verdade, uma análise de Leon Teotsky sobre a conformação da democracia liberal burguesa na França revolucionária do fim do século XVIII.
Sendo assim, na verdade, Trostky se utiliza de uma narrativa no passado, e não no presente. Parece um detalhe, mas altera substancialmente o que seria um aforismo de valor trostkista. Da forma como você expôs, é passada a ideia de que Trostky defende que não é possível chegar-se a uma democracia com métodos democráticos. Não se trata disso.
Na verdade, a passagem de Trosky relata que a tão badalada democracia “liberal” – burguesa, em verdade – foi estabelecida a partir de um processo violento, principalmente no período jocobino francês. Eis o trecho:
“Para definir a burocracia soviética, nós tornamos emprestados da história da democracia burguesa os vocábulos ‘Termidor’ e ‘bonapartismo’, porque – tornem nota os atrasados do liberalismo – a democracia não se estabeleceu com métodos democráticos.
Só pobres de espírito podem dar-se por satisfeitos com tais raciocínios sobre o bonapartismo ‘filho legítimo’ dos jacobinos, castigo histórico pelos atentados infligidos à democracia, etc.” [Capítulo X de “Moral e Revolução”, de Leon Trotsky]
Assim, fica clara a defesa que ele faz da chamada “violência revolucionária” para mudanças societárias estruturais, como foi o caso da transição nada pacífica do medievalismo da nobreza e da Igreja para a, sobretudo hoje, proclamada “democracia liberal”, intensamente classista e, por isso mesmo, evidentemente defectível.
Continua Trotsky: “Sem a destruição do feudalismo pelos métodos jacobinos, a democracia burguesa teria sido inconcebível. Opor a abstração ‘democracia’ às etapas históricas reais – jacobinismo, termidor, bonapartismo – é tão falso como opor às dores do parto a tranquilidade do recém-nascido.” [Capítulo X de “Moral e Revolução”, de Leon Trotsky]
Plínio, pelo que conheço de Trostky, ele não escreveria tal passagem. Para certificar-me, andei pesquisando e encontrei, na verdade, uma análise de Leon Teotsky sobre a conformação da democracia liberal burguesa na França revolucionária do fim do século XVIII.
Sendo assim, na verdade, Trostky se utiliza de uma narrativa no passado, e não no presente. Parece um detalhe, mas altera substancialmente o que seria um aforismo de valor trostkista. Da forma como você expôs, é passada a ideia de que Trostky defende que não é possível chegar-se a uma democracia com métodos democráticos. Não se trata disso.
Na verdade, a passagem de Trosky relata que a tão badalada democracia “liberal” – burguesa, em verdade – foi estabelecida a partir de um processo violento, principalmente no período jocobino francês. Eis o trecho:
“Para definir a burocracia soviética, nós tornamos emprestados da história da democracia burguesa os vocábulos ‘Termidor’ e ‘bonapartismo’, porque – tornem nota os atrasados do liberalismo – a democracia não se estabeleceu com métodos democráticos.
Só pobres de espírito podem dar-se por satisfeitos com tais raciocínios sobre o bonapartismo ‘filho legítimo’ dos jacobinos, castigo histórico pelos atentados infligidos à democracia, etc.” [Capítulo X de “Moral e Revolução”, de Leon Trotsky]
Assim, fica clara a defesa que ele faz da chamada “violência revolucionária” para mudanças societárias estruturais, como foi o caso da transição nada pacífica do medievalismo da nobreza e da Igreja para a, sobretudo hoje, proclamada “democracia liberal”, intensamente classista e, por isso mesmo, evidentemente defectível.
Continua Trotsky: “Sem a destruição do feudalismo pelos métodos jacobinos, a democracia burguesa teria sido inconcebível. Opor a abstração ‘democracia’ às etapas históricas reais – jacobinismo, termidor, bonapartismo – é tão falso como opor às dores do parto a tranquilidade do recém-nascido.” [Capítulo X de “Moral e Revolução”, de Leon Trotsky]
Grande abraço.
No primeiro parágrafo, considerar que “Teotsky” refere-se a Trostky, obviamente [problemas com teclados…].