mato-idaQuando vai chegando perto do “dead line” [no jargão jornalístico o horário que se tem de entregar a matéria] o repórter Demitri Túlio diz que dá o “desespero da pauta”.

Nesta viagem, temos a obirgação de produzir uma página por dia:  eu, Demitri, o repórter-fotográfico Dário Gabriel e o motorista Valdir.

Pior quando se aposta em uma pauta e ela “cai”, isto é, não dá certo.

Iríamos começar o dia por Russas [onde estamos hospedados], mas encontramos no hotel uma equipe da Secretaria de Saúde do Estado, que está trabalhando no controle do besouro barbeiro [doença de Chagas], conversamos um pouco com eles e ficamos sabendo que eles iriam para o distrito de Miguel Pereira [Limoeiro do Norte].

Como a doença de Chagas ainda pode ser considerada endêmica no Nordeste e havíamos perguntado em várias prefeituras sobre o assunto, resolvemos procurá-los na localidades.

A partir de Limoeiro são cerca de cinco quilômetros “só buraco”, como diz o Valdir. Encontramos a van da Secretaria de Saúde, mas os pesquisadores já tinham se embrenhado no mato.

Resolvemos procurá-los [foto acima, feita por mim, na qual aparecem Valdir, Dário e Demitri]. O encontro foi, digamos assim pouco agradável. O pesquisador-chefe não quis ao menos dizer o seu nome. Disse que não podia falar nada.

Não adiantou a nossa insistência em dizer que queríamos apenas relatar a experiência.

Um negócio que eu não sabia: eles levam dezenas de pintos [de galinha] deixam presos em gaiolas – que eles chamas de “armadilhas” em cima das carnaubeira para os barbeiros picá-los. Depois, fazem experiência com pintinhos doentes.

Insistimos mais, nada. A pauta caiu e ja era quase 10 horas.

O Demitri voltou, digamos assim, maldizendo o chefe da equipe de pesquisadores e fomos tentar a sorte em Limoeiro.

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[Abaixo, a foto da volta do meio do mato. Atolamos o pé na lama e um espinho furou a sola do meu tênis e pegou meu pé.]

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