Viajando pelo interior do Ceará na semana passada, produzindo reportagem para O POVO, não tive tempo de acompanhar a polêmica sobre o julgamento do STF [Supremo Tribunal Federal], que pôs fim à exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista.
A minha opinião sobre o assunto já expressei em várias postagens que fiz aqui, e não vou voltar a ela em profundidade: defendi que se criasse uma nova regulamentão, permitindo o exercício a graduados de qualquer área, depois de uma pós-graduação em Comunicação.
Pois bem, no fim, algo que eu já prenunciara neste blog: ficou-se sem mel nem cabaça. Nem a exigência do diploma, nem regulamentação alguma. Agora, as entidades corpotativas estão correndo atrás do prejuízo, algo que deveriam estar fazendo, antes de se engalfinharam na luta para manter o moribundo diploma específico.
No mais, não me senti particulamente atingido pela comparação que o inefável Gilmar Mendes [presidente do STF] fez entre jornalistas e cozinheiros. Como não me sentiria atingido com a comparação com qualquer outra profissão honrada.
Sem dúvida, calado Gilmar Mendes é um poeta. [Parafraseio Romário, em relação a Pelé.] Mas não vou ficar como alguns lobijornalistas procurando justificativa a cada disparate que ele diz.
A mais, a cara de “estou com nojo de vocês” de Gilmar Mendes não ajuda muito. Ele gosta de se amostrar, de “estar na mídia”, como disse o ministro Joaquim Barbosa.
De qualquer modo, agora é tocar a bola para a frente. O diploma “acabou”, mas o jornalismo continua, como não poderia ser diferente. Vamos, então fazê-lo, pois é isso que cabe aos jornalistas, com ou sem “diploma”.
Plínio, concordo com você. Achei bem interessante a proposta de pós-graduação na área para graduados. Algumas vezes tive o vislumbre, com efeito, de que o diploma de Ensino Superior seria talvez exagerado para uma função que muitas vezes parece mais técnica, no caso de repórter de jornal ou auxiliar de assessoria de imprensa, por exemplo. Imaginava que cursos de jornalismo em nível técnico poderiam habilitar para algumas funções mais ‘chão-de-fábrica’, enquanto os graduados poderia ascender a cargos mais estratégicos, como editorias ou assessorias de comunicação. Me encantou também sua proposta de pós-graduação… Em outras palavras, a idéia seria flexibilizar mais a possibilidade de atuação na área, ao invés de desregulamentá-la. Mas agora já era, não?