Bem que caberia na seção deste blog “Fortaleza, terra de ninguém”, mas prefiro pôr no título uma frase do artista Hélio Rola, o lutador incansável pelo bem do viver. O texto como arte de Hélio Rola explicam-se por si mesmas.

Amigo Plínio,

te envio este lamento sócio-ambiental que enviei à Ouvidoria do DERT, para denunciar as atrocidades que são perpetradas contra cidadãs e cidadãos de Fortaleza – indefesos e desassistidos pelo poder público – por conta do alargamento da Avenida Washington Soares.

Precisamos de ajuda, a cidade precisa de ajuda, precisamos construir um Habitar Humano, pois vivemos num clima de indigência cívica diante de tais barbaridades cometidas em nome do progresso.

Saudações da pARTE do Hélio Rôla

Carro de Goela abaixo? E sem calçada?

A carta de Hélio Rola ao DER

«Ouvidoria do Departamento de Estradas de Rodagem DER do Estado do Ceará

ouvidoria@der.ce.gov.br – fone 31015704

 Senhora Ana Maria Coelho. Bom dia.

Conforme externei minha intenção ao telefone, acho que no dia 22/06/09, estou a lhe enviar, para apreciação desta Ouvidoria, uma denúncia veemente contra a irrefletida e impensada remoção total de cerca de 50 metros de uma calçada para o alargamento da Av. Washington Soares. Isto em frente a um Kartódromo que não sei o nº, mas que é vizinho à Casa José de Alencar, de nº 6055, na dita Avenida.

A remoção dessa calçada é um verdadeiro acinte à cidadania e à segurança de todos que por ali transitam, principalmente os alunos e alunas, todos eles crianças e adolescentes, de uma Escola Pública -Iracema- próxima dali.

Não há atenuantes para esse atentado à segurança das pessoas nem explicação técnica que justifique que esses alunos e outros transeuntes, SEM CALÇADA, sejam forçados a caminharem no asfalto correndo o risco de serem atropelados pelos carros que em alta velocidade por ali trafegam.

Deus nos livre! Até houve, da parte da Casa José de Alencar, me informei, quem ao perguntar sobre “a tal obra viária” ao engenheiro, que se dizia responsável por ela e que foi mal atendido, pois, dizia ele, o “engenheiro”, que não tinha satisfação nenhuma a dar a ninguém.

O que estava feito estava feito e pronto…Vejam só! É lastimável que um órgão Público como o DERT tenha planejado e executado tal obra na “marra” e sem consultar a ninguém ou a qualquer instância da vizinhança. Não há explicação para tanto, pois a remoção arbitrária da dita calçada não passa, sem dúvida, de um ato criminoso atual e potencial.

Lamentaremos nossas desditas em vão? Será que as leis que norteiam a segurança do viver humano, aqui na nossa cidade, não comovem nem movem o DER a visitar o local e, com juízo técnico e consideração pela vida humana, reconhecer que tem que devolver a calçada aos seus transeuntes?

Queremos a calçada de volta, para tanto faremos o que for devido… cuidaremos de uma movimentação da vizinhança para consubstanciarmos essa manifestação de desagrado com uma Abaixo-Assinado… a partir das pessoas atingidas e revoltadas com tal obra do DER. Se preciso for iremos aos jornais e às televisões, não é para menos…

Saudações da parte do Francisco Hélio Rôla»