O congresso da Abraji [Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo] reuniu, onte, no auditório da Universidade Anhembi-Morumbi, os jornalistas estrangeiros presentes para falar do “Panorama do jornalismo investigativo no mundo”, com a mediação de Rosental Calmon Alves [Knight Center para Jornalismo nas Américas]. Com tradução simultânea.
Participaram María Teresa Ronderos [Semana/Colômbia], Ana Arana[Knight Center], Kirk Semple [New York Times], Joe Bergantino [Centro de Jornalismo Investigativo de New England, EUA], Mark Horvit [IRE – Investigative Reporters and Editors: a “abraji” americana], Nikki [BBC/Londres], Gabriel Mich [Fopea – Foro de Periodismo Argentino] Argentina].
As palavras mais interessantes foram de Joe Bergantino, do Centro para Jornalismo Investigativo, de New England, Estados Unidos.
Ele disse que o jornalismo sem fins lucrativos vive uma de suas fases “mais emplogantes”. Trabalho que ele ajudou a iniciar há cerca de 20 anos.
Ele disse que, já na década de 1980 percebia que os jornais, rádios e TVs, passaram a ver o jornalismo investigativo como “luxo” – e foram deixando-o de lado.
Ele disse que a Primeira Emenda da Constituição americana serve para garantir o jornalismo de qualidade e não para “cobrir Britney Spears”. O jornalismo como uma garantia da democracia, o “cão de guarda” da sociedade.
Foi por isso que ele, junto com alguns colegas, fundaram o Centro para Jornalismo Investigativo e, com o apoio financeiro da Universidade de Boston, começaram a produzir para vários meios de comunicação. Ele diz que o centro recebe em torno de 250 mil dólares anuais da universidade e cerca de 200 mil dólares de outros parceiros.
Ele disse que a iniciativa de se criar centros de jornalismo sem fins lucrativos se espalhou pelos Estados Unidos, o que ele vê com alegria e “empolgação”. Ele diz que a tarefa agora e forma uma rede desses centros, não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.
“Queremos garantir a existência do jornalismo investigativo; se o jornalismo investigativo acabar, a democracia também vai desaparecer”, disse ele.
E completou: “A nossa missão agora é treinar uma nova geração de jornalistas investigativos”.
Lembrando que o jornalismo vendido (ao que alguns atribuem o nome de “imprensa livre”) tem minado nossa democracia, trabalhando soturnamente sua iniquidade, distorcendo a verdade, em benefício de Deus sabe de quem.
Particularizando o tema CPI da Petrobras: se tudo que há no blog é verdade, o jornalismo dessa banda da América carece de identidade com os interesses desse país e de sua gente; e se o jornalismo perde sua identidade com o seu leitor/ouvinte/espectador, para nada serve, exceto ser jogado fora e pisado por todos nós.
Feliz cada novo dia…