A entrevista que o corregedor-geral das Polícias, José Armando Costa deu hoje ao O POVO não passa muita firmeza – e deixa um sinal de preocupação. Leiam e tirem suas próprias conclusões.

Ele diz que há um pedido do Palácio de Iracema [governo do Ceará] para que a Corregedoria priorize as investigações de denúncias contra policiais do Ronda do Quarteirão. Isso é quase um salvo-conduto para o restante da Polícia Militar e também da Civil.

O homem também parece se mostrar meio confuso para responder as perguntas dos repórteres Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio: vai e volta nas suas afirmarções.

Dá declaração sobre processo em andamento, a respeito de uma possível execução de um homem por policiais do Ronda. Diz que os policiais trocaram tiros com “o bandido” e “no fim o cara está morto”. Mas volta atrás quando o repórter pergunta se, de fato, houve troca de tiros: “Não, pode até ter sido”.

José Armando Costa diz claramente que que o governo, ao divulgar que o convocou para uma reunião para falar sobre o andamento dos processos. “Tá mentindo, pode dizer que é mentira”, responde, de forma peremptória aos repórteres.

Critica o jornal dizendo que algumas informações sobre ele estavam erradas e diz não estar preocupado em “agradar o governador”. E conclui: “Estou preocupado em agradar a ação pública. Rapaz, disseram que eu fiquei de ‘saia justa’. Rapaz, quem usa saia justa é viado [sic]. O que mais posso usar é calça justa. Pode dizer aí, Armando Costa nunca usou saia; nem justa nem apertada”.