Janjão: acordou e virou artista

Janjão: acordou e virou artista

Heraldo Cavalcanti presta contas de sua ausência das reuniões do Conselho de Leitores do O POVO, mas traz uma boa notícia: seu filme Fractais sertanejos  ficou entre as dez melhores películas brasileiras no 20º Festival Internacional de Curta-Metragens de São Paulo – na escolha do público. 

No texto de Heraldo Cavalcanti:

«Sei que tomei um chá de sumiço das reuniões e da lista [de discussão entre os conselheiros]. Desculpem-me! Estava no Rio finalizando o meu filme “Fractais Sertanejos” e depois fui acompanhar a exibição no 20º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo.

O filme foi muito bem. Foi escolhido entre os 10 melhores filmes brasileiros pelo público e, apesar do festival não ser competitivo, recebeu um prêmio e um troféu dos apoiadores do festival.

Esses dois últimos meses foram de estresse puro, pois havia inscrito o filme e fui selecionado sem que ele tivesse sido finalizado. Para se ter uma idéia, a cópia chegou na véspera da exibição e tive a inusitada experiência de assistir ao filme pela primeira vez no cinema com o próprio público,o que acabou sendo bem legal. O filme foi exibido quatro vezes e percebi que estavam gostando pelas risadas no meio da projeção e pelos olhos vermelhos de alguns ao final.

O filme fala sobre João Batista dos Santos, o Janjão, escultor nascido em Aurora, sertão do Cariri [Ceará], pedreiro da construção civil, que ao receber anestesia geral tem uma experiência de regressão e acorda no hospital com o desejo de se tornar artista.

Ele mora hoje em Juazeiro do Norte [a terra do Padre Cícero] e esculpe obras abstratas que denomina “TudoeNada”, que descobriu depois se tratarem dos mesmos fractais que são estudados pela matemática do caos e que estão no título do filme.

Para aguçar a curiosidade das pessoas, tenho publicado no blog da produtora  trechos que não entraram no filme. Também é possível conhecer alguma coisa no site do festival