As centrais sindicais brasileiras – capitaneadas pela duas maiores, a CUT e a Força Sindical – querem horário gratuito nas rádios e TVs, a exemplo dos partidos políticos.

O deputado Paulo Pereira da Silva [PT-SP] já encaminhou projeto à Mesa da Câmara com a proposta.

As centrais sindicais também pretendem reivindicar um canal aberto de TV. [Leia mais aqui]

Análise

1. Diferentemente de alguns jornalistas – e principalmente proprietários de rádios e TV – eu defendo a existência da cadeia nacional de rádio para a Voz do Brasil.

1.1. Sou também favorável ao horário político, destinados aos partidos, um modo que é peculiarmente brasileiro. Sem entrar no mérito de como o horário é usado, ele permite uma certa igualdade  entre os diferentes partidos para que apresentem suas propostas. Os partidos são ou deveriam ser exatamente isto: os representantes das diversas tendências políticas no arco ideológico da sociedade.

2. Agora, me parece equivocado cada setor da sociedade passar a exigir o seu horário particular. Do mesmo modo que as centrais dos trabalhadores o querem, as empresarias também poderiam querer; as ONGs ou qualquer outro movimento social.

3. Quanto à reivindicação de um canal aberto de TV para as centrais sindicais, parece bastante claro que o país precisa de uma nova regulamentação para os meios de comunicação eletrônicos. E não vejo problema se fossem contemplados outros setores, que não apenas os empresários do ramo.

3.1. Do jeito que a “regulamentação” funciona hoje é que não pode ficar; políticos [apesar da proibição constitucional] são donos de emissoras de rádio e TV, grupos religiosos, por meio de interpostas pessoas, também se apoderam de veículos eletrônicos.

3.1.1. Impera um vale-tudo que precisa ser coibido. A nova regulamentação deve facilitar a diversidade da propriedade – e isso somente será possível abrindo o leque de concessões para além dos interesses meramente empresariais.