Em agosto passado, completaram-se 30 anos da Lei de Anistia. No entanto, para o cineasta Chaim Litewski, muita coisa ainda precisa ser discutida. “Os torturadores estão sendo julgados em diversos países da América Latina, e não no Brasil.

É preciso levantar essa discussão. O que não se pode é fingir que o assunto não existe”.

Se a questão precisa ser discutida, um valioso argumento chega aos cinemas de São Paulo nesta sexta-feira, o documentário “Cidadão Boilesen”, assinado pelo próprio Litewski.

O filme, ganhador do festival de documentários É Tudo Verdade, em abril passado, é um retrato de um personagem controverso da história recente do país: Henning Albert Boilesen, um empresário dinamarquês que se radicou no Brasil e se envolveu com o governo militar e, quando presidente do Grupo Ultra, ajudou a financiar a Operação Bandeirantes (Oban) – que prendia e torturava suspeitos – e acabou assassinado pela guerrilha em São Paulo, em 1971.

“Ele é uma figura que a historiografia oficial tenta varrer para debaixo do tapete, mas é importante que essa ligação entre empresários e militares também não seja esquecida”, assinala o cineasta. [Do Uol Cinema, onde o matéria pode ser lida na íntegra.]