O condomínio na Aldeota [rua Ana Bilhar esquina com a rua Joaquim Nabuco] retirou a “cerca israelense” que instalara na calçada, em toda a extensão do muro do prédio.
A retirada foi feita na sexta-feira, depois deste blog ter levantado o assunto, o que gerou matéria no O POVO.
A cerca espiralada, cujo nome comercial é “concertina”, tem pontas perfuro-cortantes e punha em risco os pedestres que transitavam pela calçada.
A retirada ocorreu depois que a Secretaria Executiva Regional II notificou o prédio. A cerca já tinha seis meses no local e a SER II somente agiu depois que o assunto tornou-se público.
Na matéria publicada no sábado, o síndico do condomínio reconhece que a cerca era um risco para os pedestres, e disse que a instalou para livrar o prédio de “vândalos” e de “usuários de crack” que, segundo ele, usavam os cantos do muro para se drogarem.
Por sua vez, o administrado do condomínio, Geldery Ferreira, reclamou que “muitas pessoas saem para passear com os cachorros e não recolhem dos dejetos do animal”.
O fato de o condomínio ter arranjado uma solução equivocada e perigosa para tentar resolver alguns problemas não quer dizer que esteja errado em tudo.
Primeiro, vive-se, de fato, problemas graves de segurança em Fortaleza. E, segundo, é verdade que os donos fazem cachorradas ao levarem os cães para “passear”.
Funcionário retira cerca irregular [acima]. Foto de Deivyson Teixeira
Prédio sem a cerca [atualizado em 30/11/2009]
As palavras do Administrador do Condomínio confirmam o que já tinha sido levantado neste Blog: Colocaram uma armadilha potencial, pondo em risco seres humanos, com o intuito único de afungentar os cachorros defecadores e suas dondocas “sem pazinhas”. Usuários de crack e vândalos se combate com iluminação feérica.
Ainda bem que a matéria teve repercussão, mexeu com os brios da SER-II e dos moradores, e se restabeleceu a normalidade.
Parabéns, Plínio Bortolotti: foi a primeira vitória do Fortaleza, terra de ninguém. Sobre a postagem anterior: não lembro quando vi no O Povo, nem se foi mesmo no O Povo, coluna elogiando a cerca. Não foi para afugentar mendigos, como eu disse, mas para afugentar vândalos e viciados, como o síndico voltou a dizer.