Por indicação do meu amigo Demitri Túlio, “se você for a Quixeramobim você tem que ir lá”, fui à oficina de Francisco Antonio Rabêlo, um sertanejo criativo que transformou-se em um designer de joias conhecido em todo o Brasil – exportando para vários países do mundo.
Ele cria joias a partir da inspiração que lhe vêm das coisas que vê no seu cotidiano, com pedras da região – e faz peças únicas. [Conversando como ele, veio-me à mente a frase de Bernard Shaw: “Alguns homens veem as coisas como elas são e perguntam: por quê? Eu vejo as coisas como elas não são e pergunto: por que não?”]. Pois até espinho da mandacaru ele usa em suas peças.
Rabêlo tamém pinta e esculpe – e tudo lhe serviu de viração na vida -, mas hoje dedica-se a desenhar joias. Ele diz que fazer o desenho é relativamente rápido, mas que leva “até quatro meses” para achar o material e as formas adequadas de prepará-lo. Diz que prefere não ver revistas sobre o assunto para manter livre o seu modo de criar.
Com a pequena oficina familiar ele diz não dar conta das encomendas.
Também comenta – sem se queixar – das dificuldades de passar de pequeno empreendedor para uma indústria de maior porte.
Diz que, até pouco tempo, mantinha 22 empregados “com carteira assinada”, mas precisou dispensá-los pois não conseguiu um empréstimo de R$ 50 mil que precisava para pôr para funcionar as máquinas para aumentar a produção. Ficou apenas com as pessoas da família.
Ele diz que os empréstimos de microcrédito já não lhe adiantam mais – e que não tem propriedades – “minha casa eu vendi e pus tudo no negócio” – para dar de garantia ao banco.
Pastel
Se visitá-lo, vai passar alguns momentos agradáveis, com o atencioso atendimento dele e da mulher dele, Lúcia.
Você vai ouvir do próprio Rabêlo como um cara que precisou ir para Fortaleza vender pastel na rua para sustentar a família, transformou-se em designer de joias; voltou para a sua cidade e ocupa-se em produzir coisas belas e a distribuir simpatia.
[Para ler todos os posts sobre o assunto, clique abaixo em “Roteiro de férias”.]Mais.
A oficina de Rabêlo, Ceará Designer, fica na av. Geraldo Bizarria de Carvalho, 971 – Distrito Industrial, perto da fábrica de calçados Dakota]. Tel. (88) 3441 0832 – (88) 9968 7170 – (85) 8178 5372 – E-mail: cearadesigner@bol.com.br
Prezado Plínio,
Sempre que posso acesso o teu blog (O Povo) e tenho a satisfação de lê os teus comentários.
Essa viagem que tens feito pelo interior do Ceará é por demais interessante…a vontade é de estar fazendo o mesmo.
No entanto o que quero comentar por aqui é quando escreve sobre os absurdos que acontecem em Fortaleza. A falta de respeito com os pedestres é simplesmente um assunto a ser sempre denunciado, jamais esquecido.
O Centro da cidade é simplesmente caótico…lá é terra de ninguém mesmo…só pra te dar um exemplo, envia um fotógrafo para a Rua Clarindo de Queiroz, na altura da Praça da Bandeira e verás o absurdo que é andar nas calçadas. Nesse local se concentra as oficinas de motos e outros veículos…é desesperador, pois temos que andar no asfalto, onde os mecânicos,claro que orientados pelos donos dos estabelecimentos, consertam os veículos em cima da calçada…um bando de gente mal educada que não respeita nada e nem ninguém. O barulho é infernal e por aí vai…
Até quando seremos desrespeitados?
Torço pra que mantenha no teu blog o espaço para denúncia, pois infelizmente as autoridades só resolvem olhar para o cidadão, quando a imprensa e jornalistas como você tem a sensibilidade no olhar.
É isso…não se aprende pelo amor…infelizmente pela dor.
Esse é o meu ponto de vista.
Parabéns pelo trabalho e muito obrigada por estar atento e cobrar das autoridades os nossos direitos.
Saudações,
Rejane Cardoso
Produtora Cultural
Cara Rejane,
Vou enviar como sugestão de pauta à Redação.
Agradeço sua leitura e comentário.
Plínio
Ola gostei do seu produto..