Se você gosta de tranqüilidade, evite a visitar a ilha do Encanto das Águas no fim de semana; nesse período aumenta o número de turistas e há som mecânico e forró ao vivo. Nos dias de semana, a tranqüilidade impera

Chequei lá por volta das 9h de sábado, rolava o CD de Raimundo Fagner, trilha sonora obrigatória e, parece, única. Pouco depois, chega o trio de forró pé-de-serra, três morenos de jeans e boné: sanfona, zabumba e triângulo. Dona Lourdes agarra-se ao pandeiro e acompanha os músicos, de vez em quando lançando o famoso grito de guerra dos forrozeiros: “Arrocha!” O som corre em altura tolerável e o forrozinho vai mordendo, só nos instrumentos.

O prato do local é o tucunaré frito com arroz branco ou baião-de-dois [ainda está para se inventar um prato melhor do que o baião-de-dois]. Vejo pelo cardápio que também se pode pedir lingüiça de peixe [dá para saber o que é] e buchada de peixe. “Buchada de peixe?” Janaína me explica que é a carne do peixe cortada em pedaços pequenos e costurada dentro do couro do próprio peixe, indo depois ao cozimento. Invenção da Dona Lourdes. “Uma delícia”, diz a garçonete. Da buchada eu não sei, mas sobre o tucunaré frito com baião-de-dois eu posso atestar.

Lima Campos

No distrito de Lima Campos [10 km de Icó], a caminho do Orós, pode-se comer uma peixada de tucunaré. Os restaurantes são muito simples, moscas fazem companhia, mas a peixada é muito boa e diferente. Serve-se o peixe cozido ao molho [a peixada propriamente dita], acompanhado de um tucunaré inteiro frito e uma porção de filé do peixe à milanesa; arroz branco ou baião-de-dois. Experimentei a Peixada do Zeca. Na localidade também há um açude, o distrito surgiu durante a obra, em 1932*, e ganhou o nome do engenheiro responsável pela construção.

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* Corrigido em 21/1/2010, às 23h13min, antes havia anotado que a obra surgira na década de 1960. A correção foi feita pelo leitor Ubiratan Lemos.