Todo mundo sabe que política é um dos sinônimos de vale-tudo.  Tem até aquela frase famosa de um político:  “Vergonha é perder” – uma eleição ou seja lá o que for.

Mas, na “Câmara Alta”, sem sessão de ontem, o negócio foi um pouco longe demais, conforme noticia O POVO, edição de hoje.

O senador Tasso Jereissati chamou a ministra Dilma Roussef, de “liderança de silicone” e o senador Jarbas Vasconcelos [PMDB-PE] emendou tachando-o de “Frankenstein” [comparação, suponho, com a criatura sem nome, e não com o médico criador, Viktor Frankenstein. Os que não leram Mary Shelley; não veem ou não entendem os filmes sempre fazem a confusão. ]

Tasso ainda tentou se explicar dizendo que a comparação seria devido ao fato de a ministra ser “bonita por fora, mas falsa por dentro”. Eu não entendi o que uma coisa tem a ver com a outra, mas pode ser que alguém consiga perceber a sutileza do pensamento do senador.

Jarbas Vasconcelos não se deu ao trabalho de explicar o porquê de comparar a ministra à criatura do dr. Frankenstein.

Por mais que eles se justifiquem – se é que se darão ao trabalho – é óbvio que as excelências estavam se referindo às possíveis cirurgias plásticas estéticas que a ministra fez – e às consequências  físicas que deixaram o tratamento de um câncer a que a ministra teve de se submeter .

É lamentável, tanto sob ponto de vista humano quanto ao aspecto político.

Nesse caso, digam o que disserem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – concorde-se ou discorde-se dele -, mas a comaparação que ele fez chamando a ministra de “reflexo de um líder” [Lula] é muito mais pertinente, muito mais adequada à política –  e diga-se: muito mais elegante.