Meu artigo semanal publicado na edição de hoje (18/11/2010) do O POVO.
DEM conservador
Plínio Bortolotti
O POVO publicou na edição de segunda-feira matéria mostrando que o DEM (Democratas) pretende se reorganizar assumindo a proposta de um partido de feitio conservador, depois de rejeitar a fusão com o PMDM – proposta atribuída ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Alvíssaras.
A mim sempre pareceu estranho que nenhum partido no Brasil, pelo menos depois da redemocratização, quisesse se assumir como de direita ou como conservador.
Talvez porque o termo “direita” era visto como algo concernente à ditadura militar, setor que poucos se dispuseram a manter a identificação, depois que os ventos da abertura arrombaram as portas de transição “lenta, gradual e segura”. É certo que a linhagem do DEM nasce na Arena, partido de sustentação da ditadura, mas não seria justo atribuir às novas gerações do partido o pagamento das contas do passado.
Concordando-se ou não, creio que a exposição clara das propostas de um partido de corte conservador fará bem à democracia e ao debate de ideias. Dando o DEM seqüencia a essa motivação resta saber como agirá o PSDB, que perderá a sua “linha auxiliar”.
O PSDB, que nasceu com a proposta de ser um partido social democrata (como revela seu nome) ao modo europeu, deslocou-se para a direita – chegando a abraçar propostas claramente reacionárias nas eleições deste ano, muito longe do iluminismo almejado pelos fundadores.
Ao mesmo tempo o PT – parido como um partido do movimento operário, claramente de esquerda -, caminhou para o centro, mitigou suas propostas mais extremistas, amainou a resistência de empresários e financistas – ocupando o lugar no qual o PSDB queria se estabelecer.
Será que, por esses motivos, podemos vislumbrar o esfacelamento do PSDB, com a sua ala conservadora debandando para o DEM e seu segmento “socialista” integrando-se ao PT, hoje perfeitamente acomodado ao mainstream, à política tradicional?
BRASILEIROS, UNI-VOS!
Aqueles que apoiaram a Lula agora estão disputando os despojos da eleição.
A presidente Dilma fala em união, mas o que se vê é a tentativa de formar um blocão que tem o PMDB e outros partidos como principais articuladores.
Lula está despedindo-se da presidência vendo seu governo dividido por aqueles que ele apoiou na campanha eleitoral do vale-tudo que felizmente acabou.
Fica a verdade! Que as forças políticas não podem viver com a falta de ética e bom senso. O Brasil renasce de uma ditadura e ainda não consolidou sua democracia.
Pedimos a Deus que os homens de bem harmonizem as forças políticas e que o Brasil caminhe para a paz, a união e a felicidade plenas de seu povo.
A presidente Dilma está certa: brasileiros, uni-vos!