Estive ontem no Senado da República na sessão especial que homenageou os 100 anos de nascimento de Rachel de Queiroz. A escritora cearense, que tornou-se conhecida mundialmente, nasceu no dia 17 de novembro de 1910, em Fortaleza, mas tinha seu coração na fazenda Não me Deixes, em Quixadá. Morreu no Rio de Janeiro no dia 4 de novembro de 2003.
A sessão foi requerida pelo senador Inácio Arruda (PCdoB) – e lá estive representando O POVO, convidado pela histórica ligação que o jornal – e seu fundador, Demócrito Rocha – manteve com Rachel de Queiroz. E também porque o jornal desenvolve, este ano o projeto Rachel de Queiroz 100 anos.
Além de Inácio Arruda, discursaram o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) -, e os senadores Marco Maciel (DEM-PE), também da ABL; Marisa Serrano (PSDB-MS); Roberto Cavalcanti (PRB-PB) e Eduardo Suplicy (PT-SP).
O quinze
Mas o que me deixou deveras emocionado foi uma edição fac-similar, manuscrita de “O quinze”, que ganhei do gabinete do senador Inácio Arruda. É a cópia integral do caderno sobre o qual a mocinha Rachel de Queiroz debruçou-se para escrever a obra que se inscreveria como uma das mais importantes da literatura brasileira.
Dá para visualizar aquela menina, que se curava de uma doença que a
impedia sair de casa, escrevendo sobre o caderno, corrigindo e recorrigindo seus escritos.
Os originais que redundaram da na edição fac-similar, da editora do Senado, eram de propriedade do bibliófilo José Midlin, que faz uma primorosa apresentação dos escritos. Os originais foram os utilizados para a primeira versão impressa de O quinze.
Dois trechos da apresentação de Midlin:
“Nela é possível acompanhar todo o seu processo de criação literária, como também sua preocupação de chegar à melhor forma de expressão”.
“Espero [diz José Midlin] que os leitores deste manuscrito tenham o mesmo prazer com sua leitura que eu tive quando o encontrei”.
Sorte para vocês
Eu não sei se é possível, para os que ficaram com vontade de ter um exemplar, consegui-lo no Senado ou com o Gabinete do senador Inácio Arruda. De qualquer modo, na página dele, há um “Fale consco”. Vocês podem tentar a sorte.
Veja aqui o discurso do senador Inácio Arruda.
Mais notícias sobre a sessão, na agência Senado.