Como venho escrevendo alguns posts e artigos sobre a área da segurança pública, reproduzo abaixo o pertinente texto do jornalista Demitri Túlio, publicado na edição de hoje (28/1/2011) do O POVO. Sugiro que, depois da leitura, o leitor procure saber quem vem sendo nomeado pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), para as áreas citadas por Demitri.

Heitor Férrer e o Guardião
Demitri Túlio
Repórter Especial do O POVO

Li no Fábio Campos, na Coluna Política, que o deputado estadual Heitor Férrer (PDT) tem uma proposta de emenda para impedir que “fichas sujas” ocupem cargos de confiança no Governo do Ceará. Torço pela boa vontade da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa em rever a proposta e sugiro ao deputado Heitor uma “emenda” à sua iniciativa.

Na área da Segurança Pública, por exemplo, dever-se-ia criar o critério “acima de qualquer suspeita” para cargos estratégicos. Um selo para pessoas públicas intocáveis.

Imagine, deputado Heitor, que desastre seria se o governador Cid Gomes assinasse, por inocência ou desaviso, a nomeação inadequada de um gestor suspeito para controlar a Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança do Ceará? Logo o setor de inteligência do Governo onde, para o bem e para o risco da tentação dolosa, está o Guardião! Aparelho capaz de grampear conversas telefônicas numa ilha do Orós ou em Brasília!

O ex-secretário da Segurança, Roberto Monteiro, teve a coragem de passar a vassoura e fechar a portar para delegados, coronéis e outros policiais que entrançavam pra saber das novidades e dos dossiês. Era livre a entrada de “camaradas” no gabinete de informações sigilosas. Onde, por força de ordem judicial (só assim), telefones eram grampeados para elucidação de crimes em andamento ou por acontecer.

Área, deputado Heitor, que não pode ser coordenada por quem confunde a Secretaria da Segurança com empresa de segurança privada.

Um dos critérios para se evitar o rabo preso seria não nomear gente que foi condenada judicialmente ou está sob investigação. Quem não responde processo de qualquer natureza. Inquérito e sindicância também poderiam entrar. Mas há o risco de uma Inquisição entre desafetos.

E ainda, deputado Heitor, não deveria chegar perto de qualquer cargo de confiança, gente que comprou voto, suspeito de pistolagem, improbo, pedófilo, miliciano, suspeito de fazer parte de grupo de extermínio e gente que faz do público o particular.

demitri@opovo.com.br