Do professor Lauro Chaves Neto recebi o e-mail que segue:

«Sempre que posso compartilho com seus comentários na rádio O POVO/CBN. Ontem estava indo para a Uece  ministrar minhas aulas – e na escuta. Veja um artigo meu publicado no O POVO, faz algum tempo, sobre unidades de vizinhança, que muito contribuirá para a consolidação das suas opiniões de ontem. Se achar conveniente pode publicá-lo no seu blog.

Sou economista, não arquiteto, mais sou doutorando em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional, pela Universidade de Barcelona, e presto muitas consultorias em planos diretores municipais.»

Comentário

O comentário ao qual o professor se refere foi na edição de ontem, do programa Revista O POVO/CBN, apresentando por Alexandra Sousa, no qual tenho participação diária.

O tema era “mobilidade urbana”. Eu  disse que os modernos conceitos de urbanismo visam a priorizar pedestres e ciclistas, a limitar a circulação de carros, dar prioridade ao transporte coletivo, e construir projetos que possibilitem à convivência de pessoas de diferentes classes sociais, vivendo nos mesmos bairros, e que a moradia das pessoas fiquem próximas de seu trabalho, locais de compra, lazer, etc., de modo que se possa alcançá-los em uma caminhada.

O artigo ao qual o professor Lauro Chaves se referiu, de autoria dele, foi publicado na edição de 4/11/2008, no O POVO, e segue abaixo.

Unidade de vizinhança
Lauro Chaves Neto
lchavesneto@uol.com.br
O POVO: 4/11/2008

(Barcelona) Unidade de Vizinhança é, segundo a formulação original, uma área residencial que dispõe de relativa autonomia com relação às necessidades quotidianas de consumo de bens e serviços urbanos. Os equipamentos de consumo coletivo teriam assim sua área de atendimento coincidindo com os limites da área residencial.

É uma idéia simples, como geralmente são às de maior aplicabilidade prática, onde essas unidades deveriam possibilitar através de um número estabelecido de habitantes, de equipamentos e serviços lá introduzidos, a existência de relações sociais na comunidade, ou seja, permitiria que a Sociologia, a Economia e o Urbanismo desenhassem as cidades.

Desde o americano Clarence Perry em Nova York, passando por Cerdá em seu projeto para o Plano de Barcelona; até chegar ao Brasil com Lúcio Costa e Oscar Niemayer no desenho das Superquadras de Brasília; observa-se a tentativa de aplicar este conceito.

Economicamente foram reduzidas as possibilidades de promoção do Desenvolvimento Local onde a comunidade passa a ser protagonista e fator dinâmico do processo de geração e distribuição de riquezas; Socialmente perde-se o elo entre os agrupamentos populacionais, agravando os problemas de violência e mobilidade; Urbanisticamente observa-se uma perda de eficiência e um aumento nos custos de gestão da infra-estrutura e dos equipamentos públicos.

Caberia aos gestores municipais, que iniciarão mais um ciclo administrativo em 2009, resgatar o Conceito de Unidade de Vizinhança como ferramenta gerencial efetiva para a melhoria da qualidade de vida da população, transformando em real a pseudo sustentabilidade (Econômica, Urbana, Social e Ambiental) das Cidades.

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