Alberto Cairo: A infografia é informação e tem de respeitar a ética jornalística. Foto: Marcos Campos(clique para ampliar)

Infografista da revista Época, Alberto Cairo, abriu hoje (29/9/2011, às 19h) a série de palestras do projeto Debates Universitários O POVO. Ele falou na FA7 (Faculdade 7 de Setembro) para mais de 250 pessoas.

Arte funcional

Ele abriu a palestra dizendo que faria um resumo de seus dois livros “A arte funcional” e “Infografia 2.0”.

Veja aqui mais informações sobre Alberto Cairo, seus livros, e o projeto Debates Universitários O POVO.

Anotações que fiz durante a palestra:

Ele começa dizendo que não gosta que infografia seja chamada de “arte”. Diz que, no Brasil, quando lhe pediam para fazer “uma arte”, perguntava do que se tratava: um mapa?, uma infografia?, um desenho? Diz que chamar infografia de “arte” é uma particularidade do Brasil.

O nome do livro

Por que titulei meu livro como “A arte funcional”?, pergunta-se para responder: o importante é o adjetivo “funcional”, pois infografia não é só arte, é uma ferramenta (cognitiva) para responder perguntas.

Arte

A arte, diz Cairo, é uma expressão interior do artista, mas a infografia não pode ser a expressão do mundo interior do jornalista: “Tem de ser precisa, objetiva, científica; a sua essência é jornalística”.

“A infografia é a engenharia visual da informação”, portanto, pode conter elementos artísticos e ser “bonita”, mas “a sua camada estética não pode atropelar a camada da informação”.

Jornalismo

A relação que existe entre arte e infografia, diz Cairo, é a mesma que existe entre jornalismo e literatura. A infografia pode usar recursos da arte e o jornalismo pode usar recursos da literatura, mas as coisas não se confundem, diz ele. “Infografia é informação jornalística e tem de ser governada pelas mesmas regras éticas do jornalismo”.

Critica algumas infografias que mostravam a invasão do esconderijo de Bin Laden no Paquistão, para dizer que muitos jornais e portais da internet apresentaram uma “ficção” ao leitor, pois valeram-se de informações não confirmadas para construírem as apresentações.

Objetividade

Ele recomenda duas regras básicas na preparação de uma infografia: 1. Pense primeiro na informação que deve ser repassada ao leitor (a “camada estética” tem de estar subordinada aos dados objetivos); 2. Nunca distorça as informações, tendo o infografista de se ater ao dados apurados e confirmados.