Reprodução de artigo para a seção “Farol”, edição de 12/6/2016 do O POVO.
Um murchou cedo; outro nasceu velho
Este Farol é para lançar luz sobre os fatos da semana, mas como são tantos e diversos, um atropelando o outro, há de se limitar o comentário.
Fico com a entrevista que a presidente afastada, Dilma Rousseff, concedeu ao jornalista Luiz Nassif, na TV Brasil, na quinta-feira. No seu trecho mais relevante, ela disse estar disposta, caso consiga retomar o mandato, a promover uma consulta popular para aferir se os brasileiros querem confirmá-la ou afastá-la definitivamente da chefia do Executivo.
Ela criticou a “lambança” que teria sido promovida pelo seu substituto Michel Temer, mas reconheceu que o governo dela também está sob questionamento, por isso seria preciso “recorrer à população” para sair do impasse.
Nesse quesito, a presidente tem razão. Se o governo dela morreu cedo, o de Temer nasceu cheirando a naftalina.
Afirma-se que o governo Temer tem um ministério ruim, porém uma ótima equipe econômica. Só que um craque isolado, em time de pernas-de-pau, não faz a mágica de ganhar o jogo. É esperar mais um pouquinho para confirmar.
É nesse desgaste que Dilma aposta; e se demonstra “humildade” ao expor a parca representatividade de seu governo, faz um aceno aos senadores indecisos, que podem somar os votos suficientes para levá-la novamente ao Palácio do Planalto, seu desejo mais imediato.
– Consulta a população: Alguém tem dúvida do resultado.
– Governo do PT fez muito mal ao Brasil (com um projeto de poder e corrupção desenfreada que contaminou quase toda classe política).
– Governo Temer: É cedo ainda.
– Dilma nunca foi humilde, muito pelo contrario.
– Como ela governaria com 130 votos na câmara, e 22 no senado?