O principal nome e pré-candidato a presidente pelo Partido Novo, João Amoêdo, deu uma longa entrevista ao El País, colhida pelo repórter Felipe Betim, na qual expõe aspectos de como seria o governo dessa sigla – que se reivindica liberal – caso chegasse ao poder.
Amoêdo, um dos fundadores do partido, é engenheiro civil e administrador de empresas, com carreira no sistema financeiro: foi diretor-executivo do BBA-Creditansalt, chegou a vice-presidente do Unibanco e fez parte do conselho de administração do Itaú-BBA.
Na entrevista, mostra-se liberal nas questões econômicas, mas recua quando o assunto é comportamento ou costumes, como no caso da descriminalização das drogas, afirmando não querer “impor” seu conceitos à pessoas. No entanto, quando se trata da economia, ele esquece esses cuidados, sendo mais assertivo.
Sobre as altas taxas de juros, por exemplo, ele reconhece a concentração bancária como um dos motivos pela situação. Sugere “aumentar a concorrência”, dando “mais liberdade para a instituições virem para cá…” e também recomenda “tentar desregulamentar” o setor. Propõe a privatização da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, “mas não quero que sejam vendidos para os grandes bancos que estão aí”.
Então, talvez seja possível completar algumas lacunas que ficam suspensas na resposta. Quando afirma que outras instituições devem vir para cá, e que os bancos públicos não devem ser vendidos para congêneres brasileiros, infere-se que a proposta é abrir as portas para casas bancárias estrangeiras. (Aqui não vai nenhum juízo de valor, apenas constatação.)
Ao mesmo tempo, é preciso que o pré-candidato explique melhor até onde vai a sua proposta de desregular os bancos. Ao que consta, um dos fortes motivos da violenta crise de 2008, nos Estados Unidos, foi a excessiva desregulamentação do sistema financeiro americano.
Quanto a impostos, Amoêdo também tem poucas dúvidas: “Eu não gosto de falar de aumento de imposto para nada”. Quanto perguntado sobre a possibilidade de aumentar as alíquotas do IR para rendas mais altas, responde vagamente que “a gente precisa estudar”, mas concede vagamente algo “na linha de tributar um pouco mais a renda e menos o consumo”.
Sobre a descriminalização das drogas, ele diz ser contra, preferindo campanhas de “esclarecimento”, como feitas com o cigarro. Mas, só lembrando: a campanha contra cigarro funcionou devido ao fato de ser uma droga legal. Um pai fuma na frente de uma criança, porém não faz o mesmo com drogas ilegais. Então Uma criança (como milhares fizeram) podia dizer: “Papai, deixe de fumar”, e isso não é possível com um vício clandestino, dificultando a pressão social. Talvez seja mesmo devido à ilegalidade o motivo de nenhuma das campanhas contra esses drogas terem surtiram efeito.
Quanto ao direito ao aborto ele diz ser contra, “fora das situações permitidas em lei”. Mas “gostaria de ouvir o que a população pensa (…) Não pretendo usar nenhuma posição pessoal caso eleito presidente”.
Ora, e por que, em relação às questões econômicas as propostas são afirmativas? Por que não ouvir a população para ver se a Caixa e o Banco do Brasil devem ser privatizados, ou sobre a correção da tabela do imposto de renda, de modo a fazer os ricos pagarem mais – por exemplo?
É nessa área dos costumes que o candidato mostra-se mais atrasado: parece não se importa que mulheres ganhem menos do que os homens; manifesta-se contra a tipificação do crime de feminicídio e contra as cotas, pois, segundo ele, “todos são iguais perante a lei”.
Sem entrar na questão que um verdadeiro liberal não está nem aí com o que cada faz com a sua vida, mesmo que isso seja usar drogas. Por que Amoêdo é tão assertivo em alguns assuntos e escorregadio em outros? Talvez porque seja um vezo comum a todos os políticos, velhos ou novos.
Além disso, em pelo menos duas ocasiões, Amoêdo culpa as pessoas por problemas mais amplos. Quando afirma que os juros dos bancos não caem também por culpa do “próprio consumidor”, que deveria tentar “pegar menos dinheiro emprestado”. (Esqueceu de informar onde, na hora do aperto, se pode conseguir dinheiro de graça). E quando defendeu o porte de armas, citando a Suíça, com armas liberadas e baixo índice de homicídio.
No Brasil, o principal problema, disse, “não é a arma, mas sim o cidadão. A arma não dá tiro sozinha. Ao imputar o problema na arma, estamos deixando de ir atrás do problema do cidadão”. Salvo melhor juízo, apesar de defender o fim do Estatuto do Desarmamento, Amoêdo acha que o brasileiro não está preparado para portar armas. Portanto, parece haver uma contradição em sua defesa do armamento generalizado.
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Para ler a entrevista completa: “Se empresas pagam salários distintos para homens e mulheres, Estado não deve interferir”
Resumo da ópera: este candidato usa o Anel de Giges – lenda do Platão. Ele defende atos visíveis e invisíveis para chegar ao Poder. Ele sabe tudo do andar de cima e não sabe nada, repito, nada do andar de baixo. Ele daria um belo suplente de senador.
A tentativa pela legalização da maconha está muito semelhante como a anos atrás foi a do cigarro. O tabaco era tido inclusive como medicinal e receitado por médicos assim como querem fazer com a cannabis. As mulheres foram usadas pela indústria do cigarro, como se o ato de fumar pudesse dar a ela uma emancipação que não tinham na época. Vejam só o resultado..quantos não morreram por conta da nicotina e do tabaco? A propaganda da maconha é tão sórdida quanto e feita para enganar uma população desavisada e desprovida na sua maioria de cultura. Não podemos cair de novo nesse engodo. Não à maconha.
Uma pena! pensei em votar nele pq gostei das entrevistas do Rogério Chequer candidato ao governo Sempre votei noPSDB Pois gostava do Montoro Mas estou mt decepsionada. Não sei em quem votar e sp disse q anular nao ‘é opção
Sem Lula Iiiuuuupiii
EXCELENTE ! O pré.candidato João Amoêdo está vindo para trazer soluções para o Brasil mesmo que não sejam o senso comum na opinião pública. Deixa claro que não veio para dizer apenas o que as pessoas gostariam de ouvir, portanto tem autenticidade e coragem !
olá. Eu gostaria de discutir alguns pontos mas quero deixar claro que não é briga. No quinto parágrafo sobre as “lacunas” , de acordo com ele (já ouvi em entrevista dizendo como por exemplo a do Roda-Viva) elas são preenchidas por exemplo com estes novos bancos virtuais, que não tem agencia, empresas de micro-crédito, ou seja, com a concorrência inclusive dos pequenos bancos que já mostram hoje que os custos do dinheiro são mais baixos e automaticamente baixando os juros (bancos sempre vão existir). Um ponto que apoia a tese é que não é pelo fato de ser um banco público só tem clientes adimplente, pelo contrário, há muitos inadimplentes pagando juros no BB e CEF. A idéia é retirar estes bancos da manipulação política dos mesmos. O banco vai continuar a existir dando lucro do mesmo jeito e pagando impostos do mesmo jeito. Ele afirmou que não necessariamente o que for privatizado não necessariamente tem que ser comprado por empresas estrangeiras, inclusive haveria de ser estudado formas para “blindar” (minhas palavras) o processo de qualquer privatização efetuada, de maneira transparete. Com relação a ser liberal, não minha visão, e que me corrijam se eu estiver errado, o maior exemplo de liberalismo para mim não é concordar com tudo, é respeitar o direito do outro de ser livre e dentro de parâmetros estipulados para todos ao mesmo tempo , se respeitando o processo pelo qual o preceito pode ser definido como de “livre escolha” mas com respeito a limites (ex. o uso de drogas), senão seria “anarquismo” ou uma ditadura da liberalidade. exemplo: eu meto a caneta e imponho que ninguém pode se meter na vida de ninguém, podendo ser feito o que vc quiser como fumar dentro de ambientes fechados ou usar droga na igreja. Não cabe também ao dono de um estabelecimento se salvaguardar daquilo que pra ele é nocivo? ele não tem esta liberdade? Ser liberal para mim é , em princípio, defender a liberdade do outro mais que a minha inclusive, senão vira bagunça. Ainda há de se respeitar: Seu direito vai até onde começa o do outro. O Amoedo inclusive sita o fato de, por exemplo, nos Estados Unidos alguns estados liberarem armas e outros não, o presidente nem se mete nesta história a não ser para dar sua opinião e deixar claro para todos que ali são “estados unidos” e não “estados obrigados”. Em outros países o mesmo ocorre, até pelo respeito as leis e ritos estabelecidos dentro da conjuntura politica no Brasil falar que vai respeitar o direito é quase que uma obrigação ( seguir regras, alguns limites, não quer dizer que vc não é liberal, leis mudam através do poder legislativo neste país, isto é um fato, pode vir a mudar mas ainda é um fato).
Portanto pra mim é extremamente sensato dizer “eu não sou a favor mas vc é livre para buscar que o que vc deseja e que isto vire regra mesmo que eu não concorde” pra mim este é o maior exemplo de que não há preconceito. Agora algumas duvidas: A maconha deve ser liberada por conta da quantidade de usuários que faze uso? pela fato de ser inofensiva? os traficantes deverão ser liberados assim que a maconha for liberada? liberar cocaína, heroína, ácido deveria ocorrer após a liberação da maconha? na dose certa não seria a cocaína inofensiva também?? espero que eu tenha deixado claro minhas certezas e minhas dúvidas e deixar claro que falar pontualmente sobre alguns assuntos é muito mais fácil que discutir certas pontos que estão no escopo do problema e não aparecem. Isto eu imagino. Agradeço qualquer atenção.