Na última segunda-feira, quando formalizou aliança com o único partido que aceitou uma parceria para a eleição deste ano – no caso a Rede -, o deputado estadual Heitor Férrer (PSB) meio que desdenhou de quem terá uma chapa mais robusta. Heitor disse que “todos buscam sopa de letrinhas para angariar tempo”.

Todos mesmo. Inclusive ele próprio, que chegou a procurar PSDB, Solidariedade e PRB, os dois primeiros, destaque-se, citados na Lava Jato. Depois da batalha para tentar ter ao seu lado tantas siglas, fica complicado para o parlamentar surgir com esse discurso de pureza que aparenta mais ser desculpa de derrotado ou dor de cotovelo. Heitor teria todo o direito de criticar alianças avantajadas que objetivam apenas a conquista do poder e depois fatiam o Executivo sem quase nenhum critério, caso não tivesse agido como todos os outros integrantes da velha política.

Talvez tenha sido até bom para o deputado a rejeição dessas siglas. Ao lado apenas da Rede, poderá tentar criar uma imagem de renovação e de real transformação política e, em caso de vitória, teria mais liberdade para compor seu governo priorizando a competência. Isso, claro, se não cair na mesma armadilha de seus antecessores de trocar espaço na máquina pública por apoio no Legislativo.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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