Lei da média salarial do NE para militares foi sancionada em evento no Palácio da Abolição (Foto: Júlio Caesar/O POVO)

O governador Camilo Santana (PT) sancionou agora há pouco lei que garante média salarial do Nordeste aos policiais e bombeiros militares do Ceará. A proposta divide opiniões por atingir em menor grau cabos e soldados das corporações, mas concede aumento continuado de até cerca de 50% para algumas graduações de agentes.

Ao todo, a concessão da média será parcelada em três vezes. A primeira será liberada já nesta quinta-feira, 6, com a segunda marcada para 1º de março de 2018 e a terceira em 1º de dezembro de 2018.  O maior reajuste é para coronéis, em 49%, e o menor é para cabos e soldados, em 3,8%.

Segundo o governador Camilo Santana, a lei faz parte de um conjunto de ações continuada com o objetivo de valorizar os profissionais de segurança do Estado. Entre outras iniciativas, ele destaca recente lei de promoções que beneficiou quase doze mil agentes do Estado.

Cabos e soldados

Sobre o caso das baixas patentes, Camilo afirma que percentual foi menor pois salários atuais deste grupo já estão próximos ou acima da média do Nordeste. Ele diz, no entanto, que irá enviar à Assembleia novo projeto garantindo reajuste de 14% para cabos e de 10,17% para soldados.

Representante da categoria, o deputado Capitão Wagner (PR) classificou a proposta como nova ação para “embromar” os agentes. “Essa revisão aí é só mais uma para embromar a categoria. Já estão embromando há dois anos e três meses. E tenho certeza de que, quando vier, serão valores que não representam”, diz.

Outro lado

Capitão Wagner contesta tese de que a lei representa média do Nordeste e diz que proposta não atende “de forma alguma” a categoria. “É uma tabela feita com valores de 2015, e que vai ser aplicada só em 2019”, destaca. Sobre questão das baixas patentes, Wagner destaca que, pelos valores previstos, soldados e cabos terão aumento de R$ 100 só em 2019.

“Em alguns casos, vão ser R$ 200 a mais só depois de dois anos. O que sei é que, no geral, não atende ninguém, nem sequer o coronel, porque é prevista só para 2019”, diz. Segundo Wagner, a proposta representa um “desestímulo muito grande” para a categoria, pois seria o não cumprimento de uma promessa feita pelo governo.

Cerimônia de sanção do projeto ocorreu às 9h desta quinta-feira, 6, no Palácio da Abolição, e contou com presença de diversas autoridades da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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