O objetivo era fazer um protesto pacífico em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, para defender a aposentadoria diferenciada dos policiais. O ato foi organizado pela União dos Policiais do Brasil (UPB), que reúne categorias e sindicatos de agentes de segurança de todo o País. Na hora, porém, os policiais civis decidiram que a luta deveria ser contra toda a PEC 287, da reforma da Previdência.
Quem conta é o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol), Francisco Lucas, que enfrentou a ação da Polícia Legislativa com sprays de pimenta, bombas de efeito moral e cassetetes. Em vídeo, Lucas aparece na linha de frente do confronto com os policiais dentro da Câmara dos Deputados, após a quebra da porta de vidro da entrada da chapelaria.
“Alguns representantes de sindicatos de todo o País, inclusive nós do Sinpol, decidiram fazer um protocolo de pedido do afastamento do senhor Arthur Maia(PPS-BA), relator da reforma, pelos seguintes motivos: ele foi financiado na campanha por bancos que trabalham com Previdência Privada, e um deputado não pode relatar uma matéria em que ele tenha interesse próprio”, acusa.
Lucas continua: “Então fomos tentar entrar (na Câmara) para protocolar esse documento e não deixaram a gente entrar, foi quando o conflito começou. A Polícia Legislativa nos barrou, e nós ainda tentamos negociar a entrada de só uma comissão, mas eles foram irredutíveis”.
Sobre a confusão e a porta quebrada, segundo ele após alguns excessos cometidos pela Polícia Legislativa, o presidente do Sinpol diz que a categoria não se arrepende e se articula para voltar a Brasília no início de maio. “Esse Governo e esse Congresso não têm legitimidade para mexer nos nossos direitos e no de toda a população”, argumenta. Ainda segundo Lucas, houve três policiais levemente feridos após a confusão, mas que foram liberados na hora.
Protesto
Iniciado por volta do meio dia, o protesto contou com movimentos simbólicos, como cruzes e lápides espalhadas pelo gramado, além de uma queima de caixões, representando o momento em que os policiais conseguiriam se aposentar com as novas regras.
Por meio de nota, a UPB afirmou que o objetivo do protesto era pedir a retirada de um dos trechos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, o que retira a classificação de “atividade de risco” das categorias. Segundo a entidade, essa mudança elevaria o tempo mínimo de contribuição previdenciária dos agentes de segurança, que tem uma “expectativa de vida inferior ao restante do funcionalismo público”.