O Ministério Público Federal do Ceará (MPF-CE) instaurou processo administrativo, no dia 17 de maio, para apurar atividades do engenheiro Marcos Antônio Araripe quando ele era contratado do órgão, no ano de 2001.

Araripe foi citado na delação do ex-executivo da Odebrecht, João Pacífico, que afirmou ter repassado propinas a ele para para evitar “dificuldades” no contrato da empreiteira com a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Ceará para obras do sistema Castanhão.

Segundo João Pacífico, o engenheiro atuava como assessor do procurador da República Alessander Sales, mas este nunca teria se reunido diretamente com o empresário, “não sendo possível afirmar se ele teria conhecimento ou suspeitas do acordo espúrio”.

O procurador, em matéria publicada nesta sexta-feira, 2, negou envolvimento e defendeu apuração do caso. Disse ainda que Araripe não era seu assessor, mas teria feito apenas “trabalhos esporádicos” em seu gabinete. “Ele fez trabalhos de laudos técnicos, alguns remunerados, outros não”, explicou.

Segundo Alessander, aconteceu quando o órgão estava sem a “menor estrutura”. “Eram trabalhos com base na confiança. Se nada tivesse acontecido, talvez ainda estivéssemos trabalhando com ele. Para mim, foi uma grande surpresa”, afirmou.

Em nota encaminhada ao Blog Política, porém, o MPF-CE negou que Araripe tenha qualquer relação com o órgão. “O engenheiro realizou, como contratado, serviços técnicos de perícia no ano de 2001. Desde então, Araripe permanece sem qualquer vínculo com o MPF, não havendo registro de sua entrada no órgão para prestar auxílio a outro Procurador da República que não seja o citado na matéria”, diz o texto.

O Blog Política não conseguiu localizar Araripe para explicações.

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Letícia Alves

Repórter de política do jornal O POVO. Política local e nacional, bastidores e reportagens investigativas. Para sugestão de pautas, entrar em contato pelo e-mail: leticiaalves@opovo.com.br

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