A reconciliação pública firmada entre os deputados Leonardo Araújo e Dra Silvana (ambos do PMDB) na tribuna da Assembleia Legislativa na última terça-feira, 13, não representou fim do impasse entre eles. Nesta sexta-feira, 16, o parlamentar afirmou que vai entrar na Justiça para retomar a liderança do bloco PMDB-PSD-PMB e relatoria da PEC do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará (TCM) Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).
A decisão, já anunciada anteriormente, será levada a cabo na próxima segunda-feira, 19, segundo Leonardo. Isso porque ele percebeu que Silvana não assinaria documentação o reconduzindo ao cargo na CCJ, conforme acordo feito na terça, além da Mesa Diretora não ter acatado pedido dos três partidos que compõem o bloco para devolvê-lo as posições.
“Eu mesmo, como líder, assinei minha recondução (à CCJ) na terça-feira, cumprindo determinação do partido. Eu vou judicializar essa questão, inclusive contra a Mesa Diretora, porque os partidos fecharam questão sobre a minha liderança e quem escolhe líder é o partido”, explicou Leonardo.
Silvana respondeu: “Se ele vê alguma saída para ele, que procure a Justiça. Se (a contestação) tiver cabimento, a Justiça vai dar. Mas eu acho que temos que procurar resolver sem procurar questões judiciais”, disse. Silvana reafirmou que está na liderança por escolha da maioria.
“Ele se expôs demais; e eu estou tão em paz. Não vou espernear nunca, quem está esperneando é o Leonardo, eu acho isso tão feio. Ele tem tem quatro votos e quer liderar dez? Eu não vou bater boca com ele, eu tenho é pena. Eu tenho o regimento embaixo do braço e a maioria do bloco, o que ele quer mais? Isso é uma questão de matemática”, alfinetou.
Comissão de Constituição
Sobre a vaga na CCJ, a deputada afirmou que não assinou a recondução porque esse não é o desejo da maioria do bloco. Em contrapartida, disse que está buscando com o presidente da Casa, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), um novo cargo para o bloco. “Ele disse que ia ver isso com carinho, mas que precisava de mais tempo para articular com outros blocos”, explicou.
Com a decisão de não assinar o documento, o deputado Osmar Baquit (PSD) permanece na relatoria da Comissão. “A maioria quis que o Baquit continuasse, e eu aceitei ser líder da maioria do bloco, tenho que fazer o que é melhor para a maioria. O que destituiu o Leonardo da liderança foi não ouvir o bloco e liderar por causa própria”.
Primeira vice-presidente da Assembleia, o deputado Tin Gomes (PHS) afirmou que Mesa não vai acatar o pedido dos partidos. “Quem escolhe a liderança do bloco não é o partido, é a votação entre os deputados. Então, o que o partido fez não vale nada”, defendeu. “É um direito dele entrar na Justiça, mas se a Justiça analisar corretamente o regimento, ela não vai dar razão a ele”.
Entenda
A discussão começou quando, apoiada por seis parlamentares do bloco PMDB-PSD-PMB, a Silvana foi alçada à liderança do bloco, destituindo Leonardo do cargo. O movimento, classificado pelo peemedebista como “golpe do Governo do Estado”, iniciou quando o governista Osmar Baquit (PSD) retornou à Assembleia.
A deputada ainda trocou Leonardo por Baquit na relatoria da PEC da extinção do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará (TCM) na CCJ.