Fim das coligações fariam PSDB, PHS e PPS perder bancadas cearenses na Câmara dos Deputados e Assembleia

Fim das coligações fariam PSDB, PHS e PPS perder bancadas cearenses na Câmara dos Deputados e Assembleia

Com votação prevista no Congresso Nacional para esta terça-feira, 3, fim das coligações partidárias para eleições proporcionais “zeraria” oito partidos na bancada cearense da Câmara dos Deputados e seis legendas na Assembleia Legislativa do Ceará.

Na disputa para deputado federal, não atingiram sozinhos o quociente eleitoral (198.501) o PSDB, o PPS, o PSL, o PDT, o PCdoB, o PRB, o PHS e o PTB. Já na Assembleia, precisaram de votos de outros partidos para o número mínimo (97.185) o Psol, o PSDB, o PPS, o PV, o PRP e o PHS. Perderiam ambas as bancadas, portanto, três siglas: PSDB, PPS e PHS.

PHS se dá melhor

O principal “beneficiado” pelas coligações foi o PHS, que teve apenas 118,7 mil votos na disputa federal e só 52 mil na estadual. Para alcançar os votos restantes, a sigla dependeu de duas coligações, uma com 11 partidos para a eleição da Câmara e outra com nove para a da Assembleia Legislativa.

Como resultado, foram eleitos o deputado federal Adail Carneiro (hoje no PP) e o deputado estadual Tin Gomes. O PSDB, apesar de ter dependido de coligação com cinco partidos para eleição do federal Raimundo Gomes de Matos e do estadual Carlos Matos, ao menos “bateu na trave” nas duas votações – somando 196,9 mil para a Câmara e 86,7 mil para a Assembleia.

Outro dado que chama atenção é que, na eleição para deputado federal, apenas o Pros, o PT e os quatro maiores partidos da oposição no Estado –PMDB, PR, DEM e SD – teriam conseguido a coligação. Na época, grupo dos irmãos Cid e Ciro Gomes ainda era filiado ao Pros.

Reforma política

Para valerem para as próximas eleições, medidas da reforma política precisam ser aprovadas até o próximo sábado, 7. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 33/2017, que extingue as coligações proporcionais e cria a cláusula de desempenho, foi colocada semana passada na ordem de votações do Senado Federal.

A proposta em análise, no entanto, prevê que a mudança só comece a valer em 2020. Pelo texto, partidos não poderão mais se coligar em disputas proporcionais – para vereador e deputados estadual e federal. Ação busca acabar com o chamado “efeito Tiririca”, pelo qual um candidato com votação expressiva ajuda a eleger deputados de diversos outros partidos.

O nome ocorre em alusão a eleição do deputado Tiririca (PR-SP) que, em 2014, somou mais de um milhão de votos e “puxou” mais cinco candidatos para a Câmara. Já a cláusula de desempenho passaria a exigir cotas eleitorais – 3% dos votos válidos em nove estados – para que partidos tenham acesso ao fundo partidário e ao horário eleitoral gratuito de TV e rádio.

Confira quais os partidos e candidatos que precisaram da coligação para se eleger:

Câmara dos Deputados – Quociente eleitoral de 198.501 – Deputado eleito

PSDB – 196.987 – Raimundo Gomes de Matos

PPS – 159.098 – Moses Rodrigues (hoje PMDB)

PSL – 148.005 – Macedo (hoje PP)

PDT – 145.772 – André Figueiredo

PCdoB – 142.236 – Chico Lopes

PRB – 129.343  – Ronaldo Martins

PHS – 118.789 – Adail Carneiro (hoje PP)

PTB – 89.655 – Arnon Bezerra

Assembleia Legislativa – Quociente eleitoral de 97.185 – Deputado eleito

PSOL 94.047 – Renato Roseno

PSDB – 86.791 – Carlos Matos

PPS – 83.187 – Tomaz Holanda

PV – 73.419 – Roberto Mesquita (hoje PSD)

PRP – 55.925 – Bethrose (hoje PMB)

PHS – 52.091 – Tin Gomes

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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